ATA DA OCTOGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM 03-10-2005.

 


Aos três dias do mês de outubro de dois mil e cinco, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Aldacir Oliboni, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Elói Guimarães, Ibsen Pinheiro, João Antonio Dib, José Ismael Heinen, Margarete Moraes, Maristela Maffei, Nereu D'Avila e Raul Carrion. Constatada a existência de quórum, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Alceu Brasinha, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Ervino Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Luiz Braz, Manuela d'Ávila, Márcio Bins Ely, Maria Celeste, Mario Fraga, Maristela Meneghetti, Maurício Dziedricki, Mônica Leal, Neuza Canabarro, Paulo Odone, Professor Garcia, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram encaminhados: pela Bancada do Partido dos Trabalhadores, o Requerimento nº 226/05 (Processo nº 5611/05); pelo Vereador Adeli Sell, os Pedidos de Informações nos 244, 245 e 246/05 (Processos nos 5782, 5783 e 5784/05, respectivamente); pelo Vereador Bernardino Vendruscolo, os Pedidos de Providências nos 2302, 2303, 2304, 2305 e 2306/05 (Processos nos 5757, 5758, 5759, 5760 e 5761/05, respectivamente); pelo Vereador Dr. Goulart, os Pedidos de Informações nos 241 e 242/05 (Processos nos 5766 e 5767/05, respectivamente); pelo Vereador Elói Guimarães, o Projeto de Lei do Legislativo nº 270/05 (Processo nº 5747/05); pelo Vereador José Ismael Heinen, os Projetos de Lei do Legislativo nos 262 e 268/05 (Processos nos 5585 e 5685/05, respectivamente); pela Vereadora Margarete Moraes, o Pedido de Providências nº 2264/05 (Processo nº 5695/05). Também, foram apregoados os seguintes Ofícios, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre: de nº 296/05, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 018/05 (Processo nº 5474/05); de nº 343/05, encaminhando o Projeto de Lei do Executivo nº 023/05 (Processo nº 5866/05). Após, foram apregoados: o Ofício nº 603/05, de autoria do Vereador Professor Garcia, informando sua desfiliação do Partido Socialista Brasileiro e sua filiação ao Partido Popular Socialista, a partir de hoje; o Memorando nº 049/05, de autoria do Vereador José Ismael Heinen, informando sua filiação ao Partido da Frente Liberal, a partir do dia trinta de setembro do corrente; o Memorando no 203/05, firmado pelo Vereador Elói Guimarães, Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, por meio do qual Sua Excelência informa a Representação Externa deste Legislativo da Vereadora Manuela d'Ávila, na Sessão de Abertura da 9ª Edição dos Construtores da Paz, a ser realizada às quatorze horas do dia dezenove de outubro do corrente, no Colégio Bom Conselho. Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº 10550056/05, do Fundo Nacional de Saúde do Ministério da Saúde. Na ocasião, o Senhor Presidente determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Septuagésima Sétima e Septuagésima Oitava Sessões Ordinárias e da Trigésima Quinta, Trigésima Sexta, Trigésima Sétima, Trigésima Oitava, Trigésima Nona, Quadragésima e Quadragésima Primeira Sessões Solenes, que foram aprovadas. Também, por solicitação do Vereador Raul Carrion, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma ao Senhor Jair Antônio da Costa, integrante do Sindicato dos Sapateiros de Igrejinha, falecido no dia trinta de setembro do corrente. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, à Senhora Silvia Marti Barros e ao Senhor Nilson Fraga, representando o Movimento dos Focolares Sul, que divulgaram a realização, no dia nove de outubro do corrente, do “Run4Unity”, uma corrida de revezamento em escala mundial promovida pelo Movimento Juvenil pela Unidade, destacando o objetivo desse evento de se aumentar o sentimento de fraternidade universal. Nesse sentido, informaram o transcurso, de nove a quinze de outubro do corrente, da “Semana Mundo Unido 2005”, expondo a agenda de atividades a serem desenvolvidas no sentido de se enriquecer o convívio entre os povos de toda a Terra. Na ocasião, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores João Antonio Dib, Haroldo de Souza, José Ismael Heinen, Márcio Bins Ely, Luiz Braz, Raul Carrion, Maria Celeste e Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e nove minutos, constatada a existência de quórum. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL à Vereadora Maristela Maffei, que saudou dirigentes do Partido Socialista Brasileiro presentes a este Legislativo e justificou sua filiação a essa legenda, afirmando que essa opção está em consonância com a defesa dos ideais em que Sua Excelência sempre acreditou. Também, discorreu sobre a importância do Partido dos Trabalhadores em sua trajetória pessoal e política, enaltecendo a seriedade de seus integrantes e desejando que esse Partido tenha sucesso na superação da crise política por que passa. Em continuidade, o Senhor Presidente registrou a presença dos Senhores Nilo Júnior, Daniel Pereira, Ciro Machado, Adelton Rosa, Tarcísio Mineto, Roque Machado, Paulo Amaral, João Élbio e Zeca Araguaia e da Senhora Clarisse Amaral da Silva, dirigentes do Diretório Municipal do Partido Socialista Brasileiro. Também, o Senhor Presidente registrou as presenças das Senhoras Claudete da Silva e Mabel Rodrigues, representando o Lar Santo Antônio dos Excepcionais, que entregaram a Sua Excelência convite, extensivo a todos os Vereadores desta Casa, para o 14º Jantar da Amizade, promovido pelo Lions Clube Porto Alegre Bela Vista e pelo Lar Santo Antônio dos Excepcionais, em benefício das crianças abrigadas nessa entidade, a ser realizado no dia quatorze de outubro do corrente, no Clube Caixeiros Viajantes, em Porto Alegre. Em GRANDE EXPEDIENTE, o Vereador Bernardino Vendruscolo refutou o Veto aposto pelo Senhor Prefeito Municipal ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 011/05, que estabelece o parcelamento do Imposto sobre a Transmissão Inter-Vivos – ITBI. Nesse sentido, contestou as justificativas legais apresentadas para que essa iniciativa fosse vetada, discordando da interpretação dada pelo Executivo Municipal ao artigo 149 da Constituição Estadual. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Ibsen Pinheiro discorreu acerca dos incidentes ocorridos no último fim de semana, com a participação da Brigada Militar, desaprovando os excessos cometidos por policiais contra manifestantes no Vale do Rio dos Sinos, no sábado, e contra torcedores do Sport Club Internacional, ontem. Ainda, apoiou a abordagem dada ao assunto por autoridades estaduais da área de segurança pública, julgando esses fatos exceções à conduta normal da Brigada Militar. O Vereador Adeli Sell criticou a legislação eleitoral vigente no País, defendendo a obrigatoriedade da fidelidade partidária. Ainda, afirmou que a Bancada do Partido dos Trabalhadores é a favor da punição dos envolvidos em corrupção no Congresso Nacional, alegando que o PT sempre lutou pela ética política. Finalizando, anunciou a eleição do Vereador Carlos Todeschini como Líder da Bancada do PT nesta Casa, assegurando que essa Bancada continuará defendendo os interesses de Porto Alegre. Em prosseguimento, foi apregoado o Ofício nº 033/05, de autoria do Vereador Elias Vidal, informando sua filiação ao Partido Popular Socialista, a partir do dia trinta de setembro do corrente. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador José Ismael Heinen lamentou os fatos ocorridos ontem, no confronto entre a Brigada Militar e torcedores do Sport Club Internacional, defendendo um melhor treinamento para os policiais, como forma de prevenção de problemas futuros. Também, registrou seu ingresso no Partido da Frente Liberal, agradecendo os ensinamentos e a experiência recebidos durante o período em que Sua Excelência esteve ligado ao Partido da Social Democracia Brasileira. Na oportunidade, por solicitação dos Vereadores Ervino Besson e Professor Garcia, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma, respectivamente, ao Senhor Mário Sérgio Gabardo, estudante, falecido no dia dois de outubro do corrente, e ao Senhor Hideraldo Luiz Marcondes, ex-Presidente da Associação Atlética Banco do Brasil de Porto Alegre, falecido no dia vinte e sete de setembro do corrente. A seguir, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Professor Garcia, que esclareceu os motivos de seu ingresso nos quadros do Partido Popular Socialista, sustentando que essa legenda caracteriza-se pela valorização do debate político qualificado e expressando sua admiração pela forma como o Governo Municipal vem sendo conduzido pelo PPS. Nesse contexto, relatou sua trajetória como Vereador de Porto Alegre, atribuindo seu desligamento do Partido Socialista Brasileiro à mudança dos rumos tomados ultimamente por esse Partido. Em continuidade, nos termos do artigo 94, § 1º, alínea “f”, do Regimento, o Senhor Presidente concedeu TEMPO ESPECIAL ao Vereador Elias Vidal, que lembrou o apoio recebido durante o período em que esteve filiado ao Partido Trabalhista Brasileiro, sublinhando que Sua Excelência continua mantendo as boas relações cultivadas esse período. Também, considerou crucial para seu ingresso no Partido Popular Socialista a importância dada por essa sigla ao diálogo e às opiniões contrárias, agradecendo os convites recebidos de outros Partidos. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Clênia Maranhão saudou, em nome da Bancada do Partido Popular Socialista, os Vereadores Elias Vidal e Professor Garcia pela filiação nesse Partido, salientando o fortalecimento dessa legenda com a participação de Suas Excelências. Em relação ao assunto, mencionou que o Vereador Professor Garcia se destaca na área da educação e o Vereador Elias Vidal enfoca a questão do uso de drogas, o que valoriza esses ingressos no PPS. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Mario Fraga noticiou a realização de almoço, ontem, no Esporte Clube Lajeado e debateu a escolha, em congresso da juventude do PDT, do Deputado Federal Alceu Collares para concorrer ao cargo de Governador do Estado nas eleições do próximo ano. Ainda, discutiu os Projetos de Resolução nos 127 e 128/05, de sua autoria, e avaliou o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/05. A Vereadora Maristela Meneghetti pronunciou-se a respeito do ingresso do Vereador José Ismael Heinen no Partido da Frente Liberal, ressaltando que Sua Excelência é exemplo de probidade e integridade na vida pública e afirmando que o ingresso desse Parlamentar colaborará com o crescimento e fortalecimento do PFL. Também, prestou seu apoio à possível candidatura do Vereador José Ismael Heinen nas eleições do próximo ano em âmbito Estadual ou Federal. O Vereador Raul Carrion discursou sobre a história do petróleo no Brasil, referindo-se à Lei Federal nº 2004/53, que dispõe sobre a Política Nacional do Petróleo. Nesse contexto, homenageou, em nome da Bancada do PCdoB, o transcurso dos cinqüenta e dois anos de criação da PETROBRÁS, lembrando o sucesso alcançado por essa empresa na exploração do petróleo em solo brasileiro e destacando que ela pode ser considerada símbolo da soberania e da independência econômica brasileiras. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 261/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib, os Projetos de Resolução nos 127, 128 e 131/05, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 007/05, discutido pelo Vereador João Antonio Dib e pela Vereadora Sofia Cavedon; em 2ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nos 227 e 259/05, este discutido pela Vereadora Maria Celeste, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/05; em 3ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 038/05, discutido pelos Vereadores Raul Carrion e Carlos Comassetto, o Projeto de Resolução nº 130/05; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 125/05. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Maurício Dziedricki analisou o Projeto de Lei do Legislativo nº 259/05, de sua autoria, que institui a Semana do Servidor Público Municipal, a ocorrer anualmente no mês de outubro, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre. Sobre o assunto, afirmou que seu Projeto oportuniza o debate de questões atinentes ao papel desempenhado por esses trabalhadores, propiciando-lhes reconhecimento e qualificação profissional. O Vereador Nereu D’Ávila analisou os prazos legais para filiação de políticos que almejem concorrer às eleições de dois mil e seis, declarando que o PDT se encontra em um momento de ascensão em termos de quadros partidários, tanto na esfera municipal, quanto estadual e federal. Ainda, registrou seu posicionamento favorável à manutenção de cláusula de barreira para representação parlamentar, integrante da proposta de Reforma Política em tramitação no Congresso Nacional. A Vereadora Manuela d’Ávila manifestou-se acerca do sistema público de segurança a que tem acesso os rio-grandenses, criticando a gestão do Governador Germano Rigotto nessa área. Igualmente, protestou contra a atuação da Brigada Militar durante confrontos verificados entre integrantes dessa entidade e a população em jogo de futebol ocorrido ontem em Porto Alegre e em protesto de trabalhadores da indústria calçadista, no dia trinta de setembro do corrente, na cidade de Sapiranga – RS. O Vereador Bernardino Vendruscolo, abordando o pronunciamento de hoje da Vereadora Manuela d’Ávila, em Comunicação de Líder, sobre incidentes ocorridos no Estado, que envolveram integrantes da Brigada Militar, chamou a atenção para carências de recursos humanos e materiais que, segundo Sua Excelência, são enfrentados quotidianamente por essa instituição. Também, questionou as formas de manifestação empregadas pelas torcidas organizadas de times de futebol. A seguir, o Senhor Presidente determinou a retirada de termos constantes em pronunciamento efetuado pela Vereadora Maristela Maffei, no dia vinte e oito de setembro do corrente, em Comunicação de Líder, conforme requerido na ocasião pelo Vereador Dr. Goulart. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, a Vereadora Maristela Maffei divulgou verbas liberadas pelo Governo Federal para o assentamento Filhos de Sepé, em Viamão, e aludiu à Proposta de Emenda à Constituição nº 415/2005, avaliando a importância dos serviços prestados pelo sistema de educação infantil existente no País. Ainda, afirmou que os incidentes ocorridos neste final de semana, envolvendo integrantes da Brigada Militar, refletem problemas de gestão na área da segurança pública. Após, foi apregoado o Ofício nº 013/05, de autoria da Bancada do Partido dos Trabalhadores, informando que, a partir de hoje, a liderança desse Partido será exercida pelo Vereador Carlos Todeschini, como Líder, e pela Vereadora Sofia Cavedon, como Vice-Líder. Também, foi apregoada a Emenda nº 04, proposta pelo Vereador Nereu D’Avila e assinada pela Vereadora Manuela d’Ávila, Líder da Bancada do PCdoB, ao Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 020/05 (Processo nº 2655/05). Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Carlos Todeschini agradeceu a Bancada do PT por ter sido eleito seu Líder nesta Casa. Também, lendo manchete do jornal O Sul, intitulada “CPI dos Correios perde fôlego”, afirmou que muitas Comissões Parlamentares de Inquérito são superficiais, sendo fruto de manobras políticas. Finalizando, analisou o gerenciamento da área da segurança pública no Estado, defendendo a substituição do Secretário de Justiça e Segurança. O Vereador Claudio Sebenelo leu trecho da coluna do jornalista Josias de Souza, no jornal Folha de São Paulo de ontem, na qual é criticada a forma como o Governo Federal angariou apoio à eleição de Aldo Rebelo à Presidência da Câmara dos Deputados. Ainda, elogiou as medidas tomadas pelo Governo Estadual em relação aos problemas ocorridos com a Brigada Militar no último fim de semana, reprovando as críticas feitas pelo Partido dos Trabalhadores a esses episódios. A seguir, constatada a existência de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA e apregoados os seguintes Requerimentos, subscritos nos termos do artigo 120, inciso VI, do Regimento, deferidos pelo Senhor Presidente, solicitando votações em destaque para o Projeto de Lei do Executivo nº 011/05 (Processo nº 5071/05): de autoria do Vereador Dr. Goulart, com referência à Emenda nº 07; de autoria do Vereador Ervino Besson, com referência às Emendas nos 08, 18, 19, 20 e 21; de autoria do Vereador Mario Fraga, com referência às Emendas nos 28 e 29; de autoria da Vereadora Maristela Maffei, com referência às Emendas nos 05, 06, 26, 33, 35, 36, 38, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 51, 52, 53, 54, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 109, 110, 114, 115, 116, 117, 118, 119 e 121; de autoria do Vereador Nereu D’Avila, com referência à Emenda nº 32; de autoria da Vereadora Neuza Canabarro, com referência às Emendas nos 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74 e 75; de autoria do Vereador Professor Garcia, com referência à Emenda nº 01; de autoria do Vereador Raul Carrion, com referência às Emendas nos 82, 83 e 84; de autoria do Vereador Sebastião Melo, com referência à Emenda nº 123. Após, foi aprovado Requerimento verbal de autoria do Vereador Elói Guimarães, solicitando alteração na ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, de acordo com o definido em reunião realizada hoje entre a Mesa Diretora e o Colégio de Líderes, hoje pela manhã. Em Discussão Geral e Votação, esteve o Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, o qual, após ser discutido pelo Vereador Luiz Braz, teve sua discussão suspensa, em face da inexistência de quórum. Durante a discussão do Projeto de Lei do Executivo nº 011/05, o Vereador João Antonio Dib cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Luiz Braz. Também, o Vereador João Antonio Dib manifestou-se acerca do quórum para a continuidade dos trabalhos da presente Sessão. Às dezessete horas e quarenta e seis minutos, constatada a inexistência de quórum, em verificação solicitada pelo Vereador Carlos Comassetto, o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Elói Guimarães e secretariados pelo Vereador Nereu D’Avila. Do que eu, Nereu D’Avila, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra para um Requerimento.

 

O SR. RAUL CARRION (Requerimento): Exmo Ver. Elói Guimarães, eu gostaria de solicitar que esta Casa fizesse um minuto de silêncio em homenagem a Jair Antônio da Costa, sindicalista de Sapiranga, calçadista, estrangulado e morto neste final de semana, aos 31 anos de idade, por estar lutando pelos seus direitos e dos seus colegas de trabalho. Creio ter sido algo que comoveu o nosso Estado, e esta Casa deve prestar esta homenagem com todo sentimento. Muito obrigado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O Sr. 1º Secretário procederá à leitura das Proposições apresentadas à Mesa.

 

O SR. 1º SECRETÁRIO (Nereu D’Avila): (Lê as Proposições apresentadas à Mesa.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

Na Tribuna Popular de hoje temos o comparecimento do Movimento Focolares Sul. Convido a fazer parte da Mesa os oradores Sr. Nilson Fraga e Srª Silvia Marti Barros, associados ao Movimento.

Queremos cumprimentar os associados desse Movimento, bem como seus demais integrantes.

Tendo em vista o tempo regimental de 10 minutos para o pronunciamento, o tempo será divido entre os dois oradores.

A Srª Silvia Marti Barros, representando o Movimento Focolares Sul, está com a palavra para tratar de assunto relativo à corrida de revezamento e Semana Mundo Unido.

 

A SRA. SILVIA MARTI BARROS (Lê.):Boa-tarde. Vimos a esta tribuna como representantes do ‘Movimento Juvenil pela Unidade’, dos adolescentes, e ‘Jovens por um Mundo Unido’, dos jovens, ambos pertencentes ao Movimento dos Focolares. Pertencemos a línguas, etnias e culturas diferentes e somos atualmente 350 mil, de 182 países.

O nosso objetivo é viver para construir um mundo unido, difundindo a cultura da paz e da fraternidade entre os povos. Para envolver o maior número possível de adolescentes e jovens nós nos empenhamos em levar a unidade em toda parte, superando as barreiras existentes na família, entre as gerações, nas escolas, universidades e em todos os ambientes onde vivemos.

Realizamos também outras atividades em nível local e mundial, como arrecadação de fundos para os mais necessitados, torneios esportivos, apresentações musicais, ações ecológicas, fóruns e marchas pela paz.

A proposta deste ano é realizar o Evento Run4Unity, uma única corrida de revezamento em escala mundial. Os adolescentes do Movimento Juvenil pela Unidade correrão unidos, passando pelos pontos mais significativos do planeta, para estender, simbolicamente, sobre o mundo, um arco-íris de paz e fraternidade.

Queremos criar opinião pública, dar visibilidade à paz e à fraternidade, idéias-força que unem não só os adolescentes, mas também todos os homens e mulheres de boa vontade a viverem por algo de grande: um mundo unido. Mais de 300 cidades, de 70 nações, dos cinco continentes verão milhares de adolescentes mobilizados para testemunhar o empenho de construir a unidade e a paz.

Recebemos o patrocínio oficial da Secretaria das Nações Unidas de Genebra, na pessoa do seu conselheiro especial, o Secretário-Geral para o Esporte, Adolf Ogi, que apóia a nossa manifestação no Ano Internacional do Esporte e da Educação Física.

A primeira etapa da corrida será nas Ilhas Fiji, no Pacífico. Em seguida, o ‘bastão imaginário’ passará, durante o dia inteiro, pelos sucessivos fusos horários, onde, em várias localidades das diferentes latitudes, terá início o Run4Unity. Cada vez, às 12 horas, o ‘bastão’ passará de um fuso horário ao outro por meio de uma coligação, via Internet, pelo site: www.run4unity.net, que permitirá também seguir, durante 24 horas, as diversas etapas da corrida que terminará no Alaska.

Em cada localidade tocada pelo Run4Unity a palavra será dada aos adolescentes: coreografias, jogos e testemunhos de vida, mostrando que a fraternidade não só é possível, mas já é uma realidade.

Aqui em Porto Alegre também estaremos participando dessa Corrida Mundial, será no Parque Marinha do Brasil, com a concentração às 10 horas da manhã.

Os participantes da manifestação poderão fazer doações em alimentos e brinquedos, que serão recolhidos em postos de coleta no local. No dia 12 de outubro serão entregues às crianças carentes da Afaso – Associação Famílias em Solidariedade, que fica no bairro Bom Jesus.

Gostaríamos de contar com os senhores e as senhoras para nos apoiarem com as suas experiências, prestigiando com as suas presenças e uma palavra de motivação e inspiração aos jovens e aos adultos que participarão nesse dia. Obrigada”. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Sr. Nilson Fraga está com a palavra pelo tempo regimental de cinco minutos.

 

O SR. NILSON FRAGA (Lê.): “A Run4Unity dará abertura à Semana Mundo Unido 2005, que este ano completa 10 anos.

A Semana Mundo Unido é uma manifestação que acontece no mundo inteiro promovida pelo Movimento ‘Jovens por um Mundo Unido’.

Este projeto tem como objetivo fazer com que todas as pessoas sejam promotoras da idéia da fraternidade universal, começando pela própria cidade; construir para que se desenvolvam as sementes da verdade e do amor, implícitas no homem de diversas culturas, religiões e crenças, a reciprocidade do amor até construir a unidade, a paz; motivar as pessoas ao crescimento do respeito mútuo e à fraternidade, para a busca da justiça na solidariedade; incentivar o desenvolvimento de atitudes que enriqueçam o convívio e contribuam para uma vida melhor para todos; apresentar o amor como necessidade básica e fonte de transformação na vida humana.

Queremos, durante a Semana Mundo Unido, difundir amplamente as nossas idéias, envolvendo, antes de tudo, as realidades locais, começando pela nossa Cidade, a imprensa, os meios de comunicação, tanto nos relacionamentos com instituições, como valorizando as experiências e as ações no campo social, político e cultural.

Uma das estratégias de divulgação da Semana Mundo Unido é a confecção da ‘Agenda Mundo Unido 2005’, um calendário com um lema e ação concreta para cada dia da Semana Mundo Unido.

Essa agenda está sendo amplamente divulgada nos lugares mais variados.

Como conclusão da Semana Mundo Unido, em nível local, realizaremos o Fórum Mundo Unido no dia 15 de outubro, na PUCRS, teatro do prédio 40, com inicio às 9h. O Fórum será composto por oito oficinas temáticas, entre elas uma sobre a realidade da Fraternidade na Política, para a qual gostaríamos de contar com a presença de todos.

Queremos convidar as senhoras e os senhores Vereadores a apoiar a nossa iniciativa, mediante a elaboração de um projeto de lei que faça da Semana Mundo Unido um acontecimento oficial do Município de Porto Alegre.

Gostaríamos de contar com a adesão de todos vocês e, para isso, trouxemos aqui uma lista de adesão para a elaboração do projeto de lei.” Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Queremos saudar a Srª Daniela Marti Barros e também a Srª Rosana, que são associadas do Focolares e fizeram o monitoramento do datashow.

O Ver. João Antonio Dib está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, jovens Nilson Fraga e Silvia Marti Barros, eu não pertenço ao Movimento dos Focolares, mas acompanho, nos últimos 10 anos, todos os movimentos pela Revista Cidade Nova. Acho que o Focolares faz um trabalho muito importante para a sociedade humana.

E agora com essa corrida pela paz, acho que, provavelmente, sensibilizarão mais pessoas.

O mundo só terá paz através da solidariedade, que é uma das coisas que o Focolares prega. Eu até não entendo por que há tanta briga no mundo, se é possível colocar toda a população do mundo num quadrado de 40 quilômetros de lado. Quarenta quilômetros de lado são 1.600 quilômetros quadrados. Vale dizer que, no Rio Grande do Sul, nós poderíamos colocar em pé, claro, toda a população do mundo e ainda sobraria lugar.

Então, o que nós precisamos, realmente, é de solidariedade, que só ocorrerá quando nós nos preocuparmos com os nossos irmãos, com os nossos semelhantes, quando aqueles que fazem guerra começarem a fazer a solidariedade, aí a paz estará no mundo, e o mundo será muito, muito feliz.

E o trabalho de vocês é muito importante para que isso seja conseguido. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Haroldo de Souza está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. HAROLDO DE SOUZA: Eu queria saudar carinhosamente o Nilson e a Silva, cumprimentando-os pela representatividade que dão aos jovens e adolescentes. Voltando um pouco ao passado, eu, na idade de vocês, não teria nem uma chance de alcançar esse objetivo. Não tínhamos essa tecnologia tão avançada para que esse Movimento que vocês estão a pregar - “Movimento Jovens por um Mundo Unido” -, realmente, pudesse ser concretizado.

Do material que vocês nos trazem, em um deles diz (Lê.): “Se você quiser deixar sua marca na história, faça com que o seu modo de agir seja decidido, que o seu falar seja permeado de sabedoria, reúna alguns amigos e trabalhe junto com eles por uma iniciativa que colabore para promover a paz em sua cidade.”É uma pena, por exemplo, que os filhos do Bush não estejam empenhados numa caminhada dessas. Seria fantástico para nós, mas o que nos resta é o apoio que todos nós, do PMDB, estamos dando a este casal simpático, a estas duas fantásticas crianças que aqui estão pedindo pela paz. Vamos dar toda a sorte de apoio que for possível para que os objetivos de vocês sejam atendidos, e, como disse você, Silvia, também aos homens de boa vontade, não deixemos essa responsabilidade apenas para vocês, crianças, jovens, adolescentes. E que o Fórum Mundo Unido, no dia 15 de outubro, tenha o maior sucesso possível.

Disponha da gente, de minha parte, de forma muito particular, para que possamos divulgar na mídia, no pedaço que me cabe, a realização desse evento. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

 O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Prezados representantes do Movimento dos Focolares Sul, Silvia Marti Barros e Nilson Fraga, eu sou testemunha, neste ano, tive a felicidade de conhecer esse trabalho maravilhoso, tive a oportunidade de conhecer in loco o trabalho maravilhoso realizado pelas senhoras ali presentes nas galerias, no bairro Fátima.

Fraga, sobre o projeto, tenho certeza de que todas as Bancadas haverão de subscrever este projeto. Pelo PFL, me comprometo desde já. É um trabalho maravilhoso, que busca resgatar a dignidade da pessoa humana, e com isso, somente com isso, nós podemos promover essa paz tão sonhada.

Então, levem novamente o meu reconhecimento, a minha admiração, para que continuem com esse trabalho, contem com este Vereador, por mais humilde que possa ser a minha ajuda, para que esse trabalho vá em frente. Parabéns, contem comigo! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Elói Guimarães, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os Vereadores e Vereadoras desta Casa. Aos oradores de hoje, Sr. Nilson e Silvia, jovens oradores, quero dizer que também me somo à Bancada jovem desta Casa e quero trazer o nosso fraterno abraço, da Bancada do PDT, ao trabalho que vocês estão desenvolvendo, em nome dos Vereadores Mario Fraga, Neuza Canabarro, Dr. Goulart, Ervino Besson e Nereu D’Avila.

Eu gostaria de destacar, aqui, uma frase do material de vocês que diz o seguinte (Lê.): “Jovens, vocês, no futuro, poderão dar ao mundo a forma que desejarem, se, hoje, começarem a transformar o coração dos homens.” Parabéns pela iniciativa, pelo projeto e pela atividade que vocês vêm desempenhando! Contem com o nosso apoio, e vida longa a esse grande trabalho meritório que vocês estão realizando! Cumprimentos da Bancada do PDT. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; quero cumprimentar os jovens que estão à Mesa representando este Movimento, o Nilson Fraga e a Silvia Marti Barros, e dizer a eles que, com os jovens, realmente eu acredito na possibilidade de um mundo novo, porque os velhos continuam fazendo ainda um discurso muito ardiloso, em que pregam com as palavras a paz, mas na verdade, com suas ações, promovem apenas a guerra. Então, com os jovens, com a conscientização dos jovens, pode-se realmente fazer com que nós tenhamos uma nova sociedade. Os jovens são capazes de transformar este mundo em novo, porque, afinal de contas, os jovens são mais puros nos seus pensamentos e eles conseguem também, através das suas ações, fazer com que nós possamos vislumbrar uma esperança ali no fim do túnel, que essa esperança possa se transformar numa realidade, que possa nos dar a alegria de termos uma sociedade mais igual. Quero cumprimentá-los por estarem aqui à frente deste movimento e dizer que nós, do PSDB, não poderíamos ter uma outra atitude senão apoiar este movimento de vocês, que é extremamente sadio. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RAUL CARRION: Prezada Silvia, prezado Nilson, em nome de quem cumprimento todas as lideranças do Movimento dos Focolares Sul aqui presentes. A busca da paz, da justiça, da fraternidade e da solidariedade é hoje uma das principais aspirações da humanidade. Nós vivemos em um mundo de profundas desigualdades e injustiças. Para dominar campos de petróleo, mercados, matérias-primas, algumas Nações mais poderosas se arvoram no direito de invadir países, massacrar povos.

O fanatismo terrorista, e, em sua contrapartida, o terrorismo de Estado, mergulham o mundo numa guerra infinita e total. Nas nossas cidades, mata-se por um par de tênis e por uma discussão de trânsito. Construamos a justiça e teremos a paz. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Nilson, Srª Silvia, queridos representantes do Movimento Político pela Unidade da Juventude, que estão fazendo um grande trabalho na cidade de Porto Alegre, para que esta corrida de revezamento mundial, essa agenda positiva por uma cultura de paz, seja de fato instalada em nossa Cidade.

O pronunciamento e o convite vêm como um bálsamo no dia de hoje para esta Casa e para esta Cidade, sobretudo depois do que nós presenciamos em nível de violência em nosso Estado na sexta, no sábado, e, lamentavelmente, no domingo. Ontem, num estádio de futebol, com a participação maciça de jovens torcedores, crianças e adolescentes, lamentavelmente, presenciamos, vimos pela televisão e os jornais de hoje noticiam, uma cultura de violência, sobretudo por parte daqueles agentes que deveriam estar preocupados em promover, proteger e cultuar a paz na nossa Cidade.

Então, o trabalho de vocês, a apresentação de vocês no dia de hoje, a proposta de vocês de lutar por uma cultura de paz, sobretudo na Cidade, em âmbito regional, assim como em todos os outros locais do mundo, vêm hoje como uma alegria para nós e com a certeza de que realmente é preciso construir a paz na cidade de Porto Alegre. Penso que é importante o Movimento Político pela Unidade, nas suas mais diversas fases, inclusive com o Fórum de Vereadores que se constituiu aqui nesta Casa. E faço um convite a todos os Vereadores para comparecerem ao Fórum, sexta-feira, às 9h, na Presidência, no Salão Nobre, para que a gente fortaleça o Movimento, a Corrida e, sobretudo, a agenda-desafio que vocês estão propondo em todos os países do nosso mundo.

Quero dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores é parceira nesse trabalho de vocês, nessa cultura de paz, tão importante, sobretudo com a juventude da cidade de Porto Alegre. Contem sempre com o nosso apoio, estamos sempre à disposição, e vamos, sim, prontamente, assinar a autoria do projeto de vocês. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezado Presidente, prezados senhores Nilson Fraga e Sílvia, quero dizer da alegria de ter a presença de vocês aqui nesta tarde, promovendo e convidando a todos nós, Vereadores, e a cidade de Porto Alegre a participar desse evento.

A questão do Movimento Político pela Unidade cada vez mais tem de se fortalecer dentro desses princípios. E este é um Movimento que está aberto a todos aqueles que querem promover o que vocês estão querendo, que é o que nós queremos e o que o mundo precisa, ou seja, a promoção da idéia da fraternidade universal. Então, em nome do nosso Partido, o Partido Popular Socialista, parabéns! (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Saudamos os dois jovens, a Silvia e o Nilson, bem como a Srª Daniela e a Srª Rosana; também estão presentes pessoas que integram o Movimento dos Focolares Sul, Movimento esse que tem estado na Casa, tem feito debates, reuniões, inclusive no gabinete da Presidência, junto ao Salão Nobre da Casa, e esta Câmara tem uma participação importante nesse Movimento. Queremos, portanto, cumprimentar todos e, em especial, os dois jovens - o Nilson e a Silvia - por terem trazido matéria tão importante, que é exatamente a Corrida de Revezamento e Semana Mundo Unido, que clamam, proclamam para que tenhamos paz, tenhamos convivência fraterna, fraternidade. Este é um momento importante da Casa, quando acolhe estes pleitos que são de toda a humanidade. Precisamos de paz! Precisamos de fraternidade! Gostaria de registrar a saudação da Casa a todos os integrantes do Movimento dos Focolares e a todos os presentes. Suspendemos os trabalhos por dois minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h34min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães - 14h39min): Estão reabertos os trabalhos.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra em Tempo Especial.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, quero cumprimentar em especial a Bancada do Partido dos Trabalhadores, da qual eu me desfiliei no sábado; quero cumprimentar os novos Líderes, Ver. Carlos Todeschini e Verª Sofia Cavedon; quero cumprimentar aqui também dirigentes municipais do Partido, ao qual me filiei no sábado, Partido Socialista Brasileiro, e quero citar algumas das lideranças aqui presentes: o companheiro Nilo Júnior, que é o 1.º Secretário Executivo; o Daniel Pereira, que é Secretário-Geral; o Ciro Machado, que é conhecido de todos, foi candidato a Vice-Prefeito nesta Cidade; a Clarisse Amaral da Silva, Secretária de Finanças; o Adelton Rosa, que é Secretário da Juventude; o Tarcísio Mineto; o Roque Machado, Secretario dos Movimentos Populares; o Paulo Amaral; o João Elbio, que é o Presidente do Conselho Municipal de Segurança; e o Zeca Araguaia.

Companheiros, companheiras, senhoras e senhores, foi nas comunidades eclesiais de base, nos anos 70, que iniciei minha militância. Aprendi com essas que, para a construção de uma sociedade livre e fraterna, é fundamental estar engajada a várias ferramentas.

O que na Teologia da Libertação era chamado de “reino”, no PT, o Partido dos Trabalhadores - Partido esse que a grande maioria desses militantes, nos anos 80, ajudou a construir -, era chamado de socialismo. Tive acesso aos teóricos, como Marx, Rosa de Luxemburgo, Che, Allende, Leonardo Boff, Frei Beto e tantos outros. E reconheci, dentro do PT, companheiras e companheiros seriíssimos, pessoas não apenas teóricas, mas também empíricas, como o companheiro Olívio Dutra, como o companheiro Flávio Koutzii, como o companheiro Pepe, como uma grande e extraordinária mulher, a Deputada Federal Maria do Rosário, e tantos outros e tantas outras cujas ações na história ficaram atrás das bandeiras, sumidos na invisibilidade nunca cobrada, sumidos na vontade coletiva, que, infelizmente, muitas vezes não aconteceu.

Hoje, deixo o que foi, para mim, por mais de 20 anos, o ar, a cama, a mesa. Hoje, fica o espelho, a experiência de quem, por muitas vezes, pode ter magoado alguém e tem a resignação de pedir desculpas.

Não sou dona da verdade, não me sinto melhor e nem menor que ninguém. Aos que ficam, o meu respeito. Desejo ao Cícero, um grande companheiro de luta, que tenha êxito e que vença as eleições internas do PT. Desejo ao companheiro Raul Pont, que seria o meu candidato, muita sorte, pois dele aprendi muito de ética, de seriedade e de retidão.

Aos traidores do sonho e a todos que, apenas por pretensões eleitoreiras, levaram o Partido a essa situação em que se encontra, o meu desprezo, se isso importar.

Saio do PT sem renunciar ao socialismo, sem renunciar a um projeto de Nação. Sigo na fileira com a Frente Popular, na defesa do Governo Lula, contudo fazendo as críticas necessárias na hora em que for necessário. Continuo, sim, acreditando em uma América Latina livre e na soberania dos povos. Ao PT e às suas novas lideranças, aqui e nas executivas fora da Bancada, espero que tenham força e resignação nessa longa e dura caminhada que terão pela frente. E saibam que, nas questões que são sérias e corretas, serei sempre companheira. Por fim, quero dirigir-me aos integrantes do meu Gabinete: aos que ficam e aos que saem. Duvido que algum outro Gabinete – sem falsa modéstia – possa ter sido tão comprometido, tão leal, tão sério, como o que eu tive a honra de ter. Quero dar boas-vindas ao novo Chefe de Gabinete, o Flávio Heron, assim como aos companheiros que ficam e aos companheiros do PSB, que vão fazer, também, a construção do segmento deste mandato.

Desta forma, segue a vida, vamos guardar a essência para não perdermos a nós mesmos. E é desta forma que eu quero cumprimentar aqui todos os companheiros e companheiras do PT e dizer que me sinto muito orgulhosa por ter me filiado ao Partido Socialista Brasileiro, do qual, a partir de hoje, passo a assumir a Liderança. Obrigado, Sr. Presidente, e a luta continua.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós queremos saudar aqui os representantes do Partido Socialista Brasileiro, já nominados pela Verª Maristela Maffei, e dizer que a Verª Maristela Maffei, com a sua comunicação, passa a exercer, a partir de agora, a Liderança do seu Partido, o PSB. Portanto, cumprimentamos Vossa Excelência.

Os Srs. Vereadores e as Sras Vereadoras estão sendo convidados para o 14º Jantar da Amizade do Lions Clube Porto Alegre Bela Vista e Lar Santo Antônio dos Excepcionais. Todos os Vereadores estão convidados para este jantar que será realizado em benefício das crianças abrigadas no Lar Santo Antônio, que carece de tanto apoio. Estão presentes, aqui, a Srª Claudete da Silva, Vice-Presidente, bem como a Srª Mabel Rodrigues. A Comissão aqui presente está com os convites, que estão à disposição dos Srs. Vereadores.

Passamos ao

 

GRANDE EXPEDIENTE

 

O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Grande Expediente, por cedência de tempo da Verª Sofia Cavedon.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste aqui, bem como pelo Canal 16, eu venho a esta tribuna para comunicar que esta Casa recebeu, na semana passada, o Veto ao Projeto do ITBI, de autoria deste Vereador, Veto esse proferido pelo Executivo. Eu gostaria de dizer que, nesses dez minutos, nós vamos seguir a mesma linha de defesa que adotamos quando da aprovação do Projeto, mostrando, aqui, a fragilidade jurídica do seu Veto, a inconsistência, e, tentando, mais uma vez, sensibilizar o Prefeito de que este Projeto é um Projeto necessário. É um Projeto de autoria deste Vereador, mas que teve origem lá em outra Legislatura, a de 2002, em que fazia parte desta Casa o Ver. Estilac Xavier. Eu peço atenção toda especial dos meus Pares, porque fiz um breve relatório. O Veto do Executivo ao Projeto do ITBI foi por iniciativa constitucionalmente viciada, com base no art. 149 da Constituição Estadual. Vou frisar, porque o Executivo buscou defesa no art. 149 da Constituição Estadual e em nenhum momento cita a base legal que deu origem ao nosso Projeto, que é o art. 156 da Constituição Federal e o art. 56 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre. Ocorre que esse artigo de matéria orçamentária em nada diz respeito a tributo. O art. 149 da Constituição Estadual fala de orçamento e não de tributo. Da mesma forma, quando cita a Constituição Estadual, esquece propositadamente e não cita os arts. 140 e 141, que me sinto no dever de fazer uma breve leitura aqui. O art. 140, caput, da Constituição Estadual, diz o seguinte (Lê.): “O sistema tributário no Estado é regido pelo disposto na Constituição Federal, nesta Constituição, em leis complementares e ordinárias, e nas leis orgânicas municipais.” O caput do art. 141, da mesma forma, tende para esse sentido (Lê.): “A concessão de anistia, remissão, isenção, benefícios, incentivos fiscais, bem como de dilatação de prazos de pagamento de tributo, só será feita mediante autorização legislativa.” Ora, senhores, quem dá autorização para legislar tem poder para autorizar. Também de forma equivocada o Executivo cita o art. 116 da Lei Orgânica do Município. Tenta fazer sua justificativa em matéria exclusivamente orçamentária e não tributária, novamente. Além disso, o Executivo fala de ilegalidade no disposto que trata do prazo de cinco anos para vigência do nosso Projeto, citando o art. 44 da Constituição Federal. O art. 44 da Constituição Federal diz o seguinte (Lê.): “O Poder Legislativo é exercido pelo Congresso Nacional, que se compõe da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.” Parágrafo único (Lê.): “Cada legislatura terá a duração de quatro anos.” Logo o Executivo invoca também a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ora, seguindo essa linha, nós não poderíamos ter aprovado o Refis, na semana passada, então, essa mesma linha de raciocínio valeria para o Refis também. Ainda no Capítulo I, Seção I, da Lei Orgânica do Município, que trata da competência tributária, diz o art. 108 (Lê.): “Compete ao Município instituir impostos sobre: (...) II - transmissão ‘inter-vivos’ a qualquer título.” E mais, já na Seção II, da Lei Orgânica do Município, que trata das limitações do poder tributário, no art. 113, diz o seguinte (Lê.): “Somente mediante lei aprovada por maioria absoluta será concedida anistia, remissão, isenção ou qualquer outro benefício.” Ora, gente, o Município é composto do Poder Executivo e do Poder Legislativo! Se aqui diz: “mediante aprovação por maioria absoluta”, o Executivo não legisla dessa forma, esta Casa sim! Logo, esse artigo diz respeito ao Legislativo e não ao Executivo.

O que mais me chamou a atenção no Veto foi que em nenhum momento se mencionou o art. 156 da Constituição Federal, inciso II, e da mesma forma o art. 56 da Lei Orgânica do Município, inciso I. Lamentavelmente, eles não foram contestados e sequer citados no Veto do Sr. Prefeito.

Por derradeiro, gostaria de fazer um apelo e ler um trecho, pequeno trecho, do Supremo Tribunal Federal, do Veto do Ministro Ilmar Galvão, ao julgar uma Ação de Inconstitucionalidade impetrada pela Prefeitura de Diadema, São Paulo, nas conclusões do voto (Lê.): “A Constituição Federal não contém qualquer dispositivo no sentido de estabelecer exclusividade para o Chefe do Executivo no que toca à iniciativa de apresentação de Projetos de Lei em matéria tributária.” Da mesma forma, “...O Constituinte não outorgou ao Chefe do Executivo competência privativa para apresentação de Projeto de Lei versando sobre matéria tributária.” Agravo Regimental em Agravo de Instrumento nº 148496-9 - São Paulo. Decisão Unânime da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal. Julgado em 10 de outubro de 1995.

Esse Veto, sinceramente, não resistiria, eu diria, nem a uma discussão jurídica, nem a uma simples leitura das Leis que aqui foram citadas. E nós entendemos, conhecendo os interesses do Executivo, a pessoa do Sr. Prefeito, a sua vontade, a sua bondade e aquilo que ele pode fazer pela Cidade, pois há a possibilidade de nós revertermos essa decisão aqui nesta Casa. E que o Prefeito possa, também com o seu Projeto, atender aquilo que nós não propusemos no nosso Projeto.

Em vários momentos foi citado que o Projeto do Executivo era mais abrangente do que o nosso. Nós, em outra oportunidade, vamos detalhar isso. Para nós ainda não é o momento, porque queremos compor. Não é justo que este Vereador venha aqui e tenha apoio dos Vereadores, como aconteceu, e, de repente, perca a autoria do Projeto. É cabível, é aceito que haja o Veto, mas a apresentação de um Projeto semelhante nos deixa quase que desanimados.

 

O Sr. Carlos Todeschini: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Bernardino, venho aqui para me solidarizar, porque ouvi a leitura das razões do Veto do Executivo e eu quero lhe dizer que não tenho acordo porque elas são injustificadas e elas fazem uma alegação equivocada de que o Projeto estaria infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal. Não é o caso.

E, de mais a mais, para aqueles que dizem que é um Projeto oportunista, porque apoiamos, quero dizer que o, hoje, Deputado Estilac Xavier, na época Vereador, em 2002 apresentou um Projeto com igual teor que tramitou nas Comissões, quando a Frente Popular era Governo em Porto Alegre.

Portanto, é um Projeto meritório e que deve ser aprovado, porque é bom para a Cidade e, sobretudo, para o Governo. E as razões alegadas não têm fundamento, são forçadas. Apoiaremos o seu Projeto.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Obrigado. Estamos aguardando, afinal de contas, já existe, protocolado nesta Casa, um Projeto do Executivo, e esperamos, sim, que esta Casa, por ser uma Casa independente, e pela base do Governo, aqui, ter a maioria dos Vereadores - Ver. Ibsen Pinheiro, Presidente da Comissão de Constituição e Justiça, nosso companheiro de PMDB -, que a gente possa compor algo no sentido de que nós não fiquemos lá sem alguma coisa, porque construímos esse Projeto, recebemos apoio, e eu acho que não seria justo. Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Valdir Caetano está com a palavra em Grande Expediente. (Pausa.) Ausente.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

O Ver. Ibsen Pinheiro está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Sr. Presidente, doeu-me assistir, ontem à tarde, ao enfrentamento de duas admirações da minha vida: a Brigada Militar e o Sport Clube Internacional. Não eram as duas instituições, era a representação de cada uma delas, através dos policiais militares e da torcida do Internacional.

Quero registrar, Sr. Presidente, também com caráter de protesto, o quanto lamento aqueles episódios ocorridos ao final do jogo de ontem, especialmente porque a Brigada Militar é credora da opinião pública do Rio Grande, do sentimento do povo gaúcho e de Porto Alegre, e principalmente das torcidas de futebol, que têm na Brigada Militar uma parceria importante para a preservação dos próprios espetáculos. E ontem, o que se assistiu, infelizmente, foi a um espetáculo amargo de excesso policial, faltou um mínimo de equilíbrio, de contenção, de moderação de meios para a preservação da ordem. Pode ter ocorrido que meia dúzia de mal comportados tenham sido os causadores dos enfrentamentos iniciais, mas havia plena condição - e eu estava lá, sou testemunha presencial - de preservar a ordem. Mesmo que se tivesse que usar uma bomba de efeito moral, o primeiro efeito moral foi, de tal modo, devastador, que a ordem se restabeleceu quase que automaticamente. Então, o que se esperava é que houvesse contenção de meios, moderação. Infelizmente, isso não aconteceu e os excessos provocaram ferimentos, correria, intranqüilidade e tensão.

 

O Sr. Ervino Besson: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Meu caro Ver. Ibsen Pinheiro, quando V. Exª fala a gente tem o maior respeito e uma admiração extremamente grande pelo seu conhecimento, pela sua história, como político e também como um homem que conhece futebol. Agora, o primeiro erro que houve ontem, meu caro Vereador, foi a incompetência dos homens que comandam o futebol. Porque o ambiente já foi criado, antes de um jogo de tamanha importância, quando veio aquela notícia da anulação do jogo do Internacional, enfim, da falcatrua desse cidadão que apitou o jogo, pois vai ser repetido o jogo anulado. Portanto, aí começou o erro. O sentimento das pessoas era... E isso foi levado para dentro do campo. Foi o que aconteceu no dia de ontem. Que sirva isso de alerta, sobre incompetência desses homens que comandam o nosso futebol. Eu acho que o nosso povo não merece isso. Sou grato a V. Exª.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Agradeço a V. Exª, Ver. Besson. É oportuno registrar, também, que desde o primeiro momento, o Comando da Segurança pública, através do Comandante da Brigada Militar e do Secretário de Segurança, trouxe uma palavra de equilíbrio, todos lamentando e depois condenando os excessos praticados. Escutei, ao final da tarde, uma longa entrevista do Secretário de Segurança com essa linha de conduta. Pior do que um erro que possa acontecer no policiamento, é, com freqüência, a tentativa de justificá-lo. Compreender o excesso, desculpar-se por ele é um ato de valor, sem dúvida, que contribui para a superação de um episódio negativo como esse ocorrido ontem.

E quando ele se soma a um triste acontecimento, como o da véspera, em que um trabalhador perdeu a vida, também por um excesso de policiamento - ainda que num caso e noutro possa ter havido provocação injusta, tanto num caso como noutro -, mas o policiamento se faz de competência e também de compreensão com a atitude das manifestações populares.

É da natureza da torcida praticar condutas nem sempre adequadas. E o que se espera do policiamento, deste, sim, é comedimento e controle, e isso faltou à tropa e ao seu comando, no Estádio; assim como também o excesso produziu uma morte, no primeiro episódio.

Eu quero, Sr. Presidente, registrar a tristeza que sentimos, especialmente pelo primeiro episódio, em que uma vida se perdeu, e o quanto lamentamos o segundo, em que também se deve registrar um pouco de sorte, pelo fato de que algum efeito mais danoso não tenha ocorrido.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen, em primeiro lugar, quero cumprimentá-lo pela sua fala, mas manifestar uma preocupação: esses acontecimentos vêm se repetindo. Nós tivemos, há pouco tempo, fatos similares. E o caso do sindicalista é muito grave, porque nos lembra os tempos da Ditadura militar - está quase comprovado que ele foi estrangulado por membros da Brigada Militar, asfixiado -, quando de uma manifestação classista, justa. Vai-se formando, dentro da Brigada, novamente, uma visão repressora e repressiva, que, no Governo anterior, do Governador Olívio, havia sido superada, avançou-se muito nessa direção.

Então, a nossa preocupação é no sentido de que os desvios individuais podem até ocorrer, mas quando isso começa a ganhar corpo, quase como uma visão repressora é que começa a preocupar. Existe uma Moção nossa, junto com a Verª Manuela, junto com outros Vereadores, para fazermos essa discussão. Esta Casa tem que fazer essa discussão e alertar os governantes de que é preciso educar de uma forma diferente as forças da Segurança neste Estado. Muito obrigado.

 

O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Ibsen, eu só me preocupo se nós formos generalizar, achar que esse fato ocorrido foi promovido pela Brigada Militar. A Brigada Militar é uma entidade. Na verdade, lá estavam militares da Brigada Militar. Então, eu acho mais interessante nós tratarmos daqueles profissionais que lá estavam. Mas quem trabalhou na Segurança muitos anos, armado, como este que vos fala, sabe o quanto é temível estar armado e ver alguém se aproximar: não se tem muita opção - e eu não estou aqui fazendo defesa daqueles que cometeram aquelas atrocidades lá; eu estou falando da dificuldade de um homem armado frente às agressões - é muito difícil.

 

O SR. IBSEN PINHEIRO: Nós todos compreendemos a extrema dificuldade em que consiste o policiamento, especialmente o ostensivo. Ao mesmo tempo em que registro o quanto lamentamos os dois episódios e condenamos, especialmente no primeiro, os excessos cometidos, também queremos registrar que o comando da Corporação, a Secretaria de Segurança e o próprio Governador em exercício - Antonio Hohlfeldt - tiveram a preocupação, desde logo, de repudiar as condutas excessivas, para que não se pudesse, em nenhum momento, imaginar uma política regular, quando, em verdade, se trata da exceção, com a qual não podemos concordar, em hipótese alguma! Obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Adeli Sell está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Verª Maria Celeste.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, colegas Vereadores, Vereadoras, eu tenho a honra, em nome das Vereadoras Maria Celeste, Margarete Moraes, Sofia Cavedon, e dos Vereadores Comassetto e Todeschini, de aqui manifestar a posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores.

Estamos hoje submergidos num quadro político nacional de uma antiga Legislação eleitoral, e infelizmente o Congresso Nacional não nos deu as condições, até o final deste mês de setembro, de modificar uma Legislação que incentiva o oportunismo eleitoral, que incentiva o troca-troca de Partidos e, evidentemente, fazendo com que seja fomentada, adubada a infidelidade partidária. Foi assim no Congresso Nacional, em que dezenas de Deputados, nesse período de 2002 para cá, vêm trocando sistematicamente de Partido; há aqueles que trocaram três ou quatro vezes de Partido. Infelizmente, essa é a situação do nosso País, em que nós verificamos a facilidade desse manejo, remanejo, desse vai-e-vem de Parlamentares de um para outro Partido, sem compromisso com os eleitores que os elegeram. Nesse sentido, nós queremos afirmar posição da Bancada do Partido dos Trabalhadores, dizendo que diante do quadro político nacional, nós tivemos sempre uma posição clara e ofensiva de combater todas as falcatruas que acontecem no Congresso Nacional. Nós temos uma trajetória de 25 anos de luta neste combate, e não é porque alguns Parlamentares, alguns membros do nosso Partido tenham cometido erros, crimes - como já está mais do que demonstrado -, que nós vamos nos dobrar diante desses fatos. Pedimos investigação, vamos investigar e vamos punir, indiscutivelmente, aqueles que tiverem que ser punidos. No entanto, a Bancada de sete Vereadores do PT, que estão coesos com essa posição, escolheram Carlos Todeschini, como Líder da nossa Bancada, e a Verª Sofia Cavedon, como a nossa Vice-Líder. (Palmas.) Nós queremos dizer aos nossos colegas Vereadores de todas as Bancadas que nós vamos trabalhar com discussão, com conversa, com relações qualificadas, para que possamos, sim, nós que somos oposição ao atual Governo Municipal, que somos oposição ao Governo do Estado, que assumimos ser situação em nível nacional, mas nós temos respeito às diferenças, ao contraditório. Quando os interesses de Porto Alegre estiverem em jogo, não tenho dúvidas: nós marcharemos em uníssono para defender os interesses desta Cidade, como nós fizemos, na semana passada, votando o Refis, porque ele é importante para a recuperação das finanças do Município de Porto Alegre. Tenho a certeza de que, diante desse quadro conturbado, diante desta Legislação que nós queremos mudar, que lutamos para mudar... Quero lembrar inclusive que o Deputado Raul Pont, quando era Deputado Federal, apresentou uma mudança radical dessa Legislação que, desde a época em que ele foi Deputado Federal, mofa lá no Congresso Nacional, como aqui, na semana passada, aprovamos a Moção de Repúdio e Protesto contra as tentativas de mudança da Legislação que queriam fazer com que os atuais detentores de cargos encabeçassem essas chamadas listas fechadas. Nós temos opinião, continuaremos tendo as nossas opiniões, mas sabendo, sem dúvida nenhuma, dialogar com essa multiplicidade de opiniões que há nesta Casa, que o Ver. João Dib indiscutivelmente acompanha, nos últimos anos, essa diferenciação, essa multiplicidade de opiniões, mas que, sem dúvida nenhuma, nós construiremos, no contraditório, a solidariedade que deve existir entre as pessoas de bem. Por isso, eu quero aqui, em nome da nossa Bancada, apresentar o Ver. Todeschini, Líder da Bancada e a Verª Sofia Cavedon, nossa Vice-Líder. Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Nós apregoamos aqui Requerimento do Ver. Elias Vidal que informa a sua filiação ao Partido Popular Socialista, PPS, na Câmara Municipal, a partir do dia 30 de setembro de 2005.

Quando eu chamei a Verª Maria Celeste, eu, inadvertidamente, deixei de chamar o Ver. José Ismael Heinen, portanto peço escusa a Vossa Excelência.

O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exmo Sr. Presidente desta Casa, digno Ver. Elói Guimarães; nobres colegas Vereadoras e Vereadores, demais pessoas aqui presentes, imprensa, antes de entrar no assunto a respeito da desfiliação e filiação ao novo Partido, eu gostaria rapidamente de fazer um comentário sobre os acontecimentos referentes à Segurança do Estado, referentes à Corporação da Brigada Militar, mais especificamente quanto ao Agente de Segurança pública ou brigadiano propriamente dito. Eu tenho dito, tenho confirmado, e é convicção minha, de que, com certeza, o culpado não será aquele que vai pagar com as conseqüências. Com certeza, naquele momento, tínhamos, naquele local, uma pessoa não devidamente treinada, não devidamente preparada - e este é o ônus da sociedade: somos co-responsáveis pelo treinamento, pelas condições desses agentes da Segurança pública.

Lamentáveis os fatos, sob todos os aspectos, porque lá poderia estar um de nós, poderia estar um familiar nosso. Agora, para que isso não aconteça, um dos parâmetros necessários é que nós tomemos conhecimento e tomemos uma decisão de tratar a Segurança pública com a seriedade que ela merece, com os recursos necessários que ela tem de ter para se preparar e, realmente, fazer a segurança que nós - as famílias gaúchas, porto-alegrenses e brasileiras - tanto precisamos.

Quero aproveitar esta oportunidade para registrar, principalmente, os meus agradecimentos profundos, verdadeiros e sentimentais ao Partido da Social Democracia Brasileira, o qual me desfiliei no dia 26 de setembro passado.

Da mesma maneira, quero agradecer - olhando o meu ex-Líder, Ver. Luiz Braz, e o colega Ver. Claudio Sebenelo - pela maneira com que me acolheram junto à Bancada do PSDB; estendo este mesmo agradecimento, este mesmo reconhecimento ao Diretório Municipal. Há muitos amigos que eu deixei, com certeza, plantados nessa agremiação, que foi o início da minha vida política.

Tudo que eu sei, até agora, aprendi com este Partido e com estes meus amigos, com estes meus colegas. Mas, capítulo encerrado. Filio-me ao novo Partido, Partido da Frente Liberal, muito mais atendendo às bases, por isso a escolha do novo Partido, porque outras ações decisivas também nos levaram a acolher esta sigla. Entre elas, não poderia deixar de citar a maneira cavalheiresca, digna e honrosa com que o ex-Vereador, hoje Deputado Estadual, Reginaldo Pujol, tratou-me, na política, no momento em que éramos Primeiros Suplentes e ele optava, definitivamente, a ser Deputado Estadual, renunciando à cadeira desta Casa e proporcionando para que nós chegássemos a este posto, que tanto me orgulha, de Vereador desta Casa maravilhosa, da Câmara de Vereadores de Porto Alegre.

Agradeço carinhosamente a acolhida dos Pares desta Casa, eu tive as portas e os corações abertos de diversos Partidos.

Quero concluir, Sr. Presidente, também agradecendo a V. Exª pela maneira prudente com que acolheu este Vereador novato, para não dizer jovem. Mas quero dizer a todos que tenho muito que aprender, e com os senhores eu tenho a certeza de que haverei de aprender cada vez mais, e que o meu coração e as portas do meu Partido, as portas do meu ideal, com certeza, estarão sempre à disposição dos senhores, vou fazer esforço, sempre, diuturnamente, para que estejam à altura desta Câmara e desses Vereadores, desses nobres colegas meus. Meu muito obrigado aos senhores.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. ERVINO BESSON (Requerimento): Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães, eu gostaria que V. Exª submetesse ao Plenário um minuto de silêncio para Mário Sérgio Gabardo. Jovem este, meu caro Presidente, meus caros Vereadores, que foi brutalmente assassinado neste fim de semana. Estivemos no velório. Um jovem de vinte anos, filho único de Sérgio e Iracema Gabardo. Portanto, mais uma dessas tragédias que liquidam uma família. Esta família Gabardo, de um grande empresário que, com sua luta, deu muitos empregos, contribuindo com os seus impostos para o engrandecimento desse nosso Rio Grande. Um jovem de vinte anos, estudante da PUC, filho único, como já disse, estava sendo preparado para assumir a empresa do seu pai e foi brutalmente assassinado no último fim-de-semana. Isso nos entristece de uma forma muito profunda, meu caro Presidente.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, da mesma forma, solicitamos um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Hideraldo Marcondes, Presidente da AABB.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Já fizemos uma homenagem póstuma ao Presidente da AABB, mas solicitamos a todos que, de pé, prestemos a homenagem ao Gabardo.

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Professor Garcia está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, prezada Verª Clênia Maranhão, Líder do PPS, prezados Vereadores Paulo Odone e Elias Vidal, pois, com muito orgulho, agora faço parte desse Partido.

Quem me conhece, e conhece também a minha trajetória política, sabe que ela foi, é, e sempre será marcada pela busca permanente do diálogo e do consenso. Muitos que hoje aqui estão acompanharam a minha atuação ao longo dos três mandatos para os quais fui eleito, e sabem que é minha característica procurar ouvir as diversas opiniões e viabilizar alternativas. Ajo assim porque acredito que a democracia é feita de contrapontos. Busco sempre apelar para o bom senso e o diálogo, pois as idéias precisam de espaço para frutificar. Porém, de uma coisa eu não abro mão: minha consciência. E, nesse caso, sou radical.

Precisamos ser éticos e respeitar tanto nossos amigos como os adversários. Desta forma, sempre seremos vencedores, pois estaremos contribuindo para a vitória de todos, ou seja: a vitória da sociedade. Isso é o mais importante, esta é a nossa razão de fazer política. Temos de ter a consciência de estar contribuindo para a formação de uma sociedade melhor.

Não busco o poder pelo poder. O poder pelo poder, esvazia, nos faz perder o rumo e nos distancia do essencial, deixa de ser uma conquista. Isso sim, não podemos esquecer se quisermos ser grandes e dignos a ponto de podermos representar a sociedade em todos os níveis sociais e políticos.

Começo hoje um novo caminho em um Partido que tem como referência Roberto Freire, cuja trajetória política todos conhecemos.

No Governo Municipal, o PPS manteve-se coerente com as promessas de campanha, preservando o que a população achava pertinente, como o Orçamento Participativo, e modificando o que a população não aprovava; atitude que muito me agrada, pois demonstra respeito, reconhecimento, humildade e grandeza. A afinidade que tenho com o PPS advém desse bom senso e coerência. Minha escolha foi influenciada, principalmente, pela identificação com sua atitude. Somos norteados pelo bom senso político em prol de benefícios à população. Sempre apoiei as boas propostas, independentemente do campo ideológico de onde provinham.

Troco de Partido, mas não abandono a minha tarefa!

Este é um momento especial para mim, meus colaboradores e meus amigos, pois inicio uma nova etapa desafiando a mim mesmo. E como disse Platão: “Vencer a si próprio é a maior das conquistas”. Minha saída do PSB estava sendo delineada há algum tempo, quando não mais encontrei espaço para debater, não para impor minhas idéias, que não é uma característica minha, apenas não encontrei mais espaço para debater. Discordo dos rumos que o Partido tomou, mesmo diante de fatos incontestáveis e que geraram uma crise moral, ética e política.

Estou no meu terceiro mandato na Câmara de Vereadores. Fui o único Vereador eleito pelo Partido Socialista. Fui Vice-Presidente da Câmara em 2001 e 2002. Fui Relator da LDO em 2002, 2003 e 2004. Fui Relator do Orçamento em 2003 e 2004. Presidi, em 2001, a Comissão que discutia o desenvolvimento do esporte amador. Em 2003, presidi a Comissão Especial da Câmara para tratar do consumo de drogas, exploração sexual e situação de crianças e adolescentes em Porto Alegre. Em 2004, fui o Relator da Comissão Externa para o acompanhamento das obras do Aeroporto Internacional Salgado Filho.

Eu quero dizer que, ao longo desses três mandatos, promovi inúmeras leis, e, com muito orgulho, quero dizer que a primeira Lei sancionada pelo Prefeito Fogaça foi o Programa Disque Solidariedade, central de recebimento e distribuição de doações. Lembro-me que, naquela oportunidade, o Prefeito Fogaça ligou e disse que o primeiro Projeto que fazia questão de sancionar no Município de Porto Alegre seria uma lei de nossa autoria, porque nós fazíamos parte do campo oposto.

Para finalizar, Presidente, gostaria de citar Napoleão: “Não cabem nem paixões e nem preconceitos nos assuntos públicos; a única paixão permitida é o bem comum.” Muito obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Elias Vidal está com a palavra em Tempo Especial.

 

O SR. ELIAS VIDAL: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, servidores desta Casa, público que nos assiste, telespectadores do Canal 16 da NET que acompanham os trabalhos desta Casa, venho mais uma vez a esta tribuna, hoje, na condição de Vereador do PPS. Outro dia, fiz uma manifestação, porque estaria este Vereador saindo, na ocasião, do PTB, e apenas hoje, na condição de Vereador do PPS, quero ratificar as palavras que falei outro dia aqui nesta tribuna. Mas quero dar um enfoque ao fato e à situação em que cheguei ao PPS, à recepção calorosa de um Partido que me parece ter um compromisso com a sociedade - e agora nós vamos conhecer melhor esse Partido. Alguma coisa saiu no jornal, rádio e TV, sobre por que estaria este Vereador saindo do PTB, se houve algum problema no PTB, Partido ao qual eu era filiado há 11 anos. Citei o fato em algumas entrevistas e alguns colegas e também pessoas que me entrevistaram acharam estranho o meu discurso, um discurso que foi no sentido de que nós estávamos saindo do PTB não pelo fato de que não havíamos tido uma boa relação com a Bancada do PTB; pelo contrário - está aqui o Ver. Maurício, atual Líder da Bancada do PTB, com o qual desenvolvemos uma boa relação de amizade, o Ver. Brasinha, o Ver. Elói, e a Liderança do PTB. Então, eu, aqui da tribuna, mais uma vez, quero salientar que é do perfil deste Vereador, ao construir uma nova ponte, não quebrar aquilo que ajudei a construir durante 11 anos no Partido em que estava. Então, o meu agradecimento, mais uma vez, aos ex-companheiros de Partido do PTB, às lideranças, pelas quais eu tenho uma profunda admiração e respeito, como o Senador Sérgio Zambiasi e outros líderes, mas não posso deixar de dizer o quanto este Vereador ficou feliz e o quanto estou feliz por esta nova experiência que estou tendo na política rio-grandense, na política de Porto Alegre. Quero dizer que passei um fim de semana extremamente feliz, já na condição de Vereador do PPS, mas agora, aqui, oficialmente, fazendo a nossa manifestação pública, estou muito feliz, muito grato aos novos companheiros, à Verª Clênia, o Ver. Odone, por essa forma tão carinhosa, e muito mais feliz ainda, porque podemos contar com uma pessoa do perfil, do gabarito, da honestidade, da integridade do Ver. Garcia. Muito me honra estar numa Bancada ao lado do Professor Garcia, que é um homem que dispensa comentários, porque é um homem que tem um perfil, um compromisso com a sociedade, e ele vem dar um toque todo especial também a esta Bancada. Acredito que este Vereador também dá a sua contribuição somando-se a dois gigantes da política deste Estado: a Verª Clênia Maranhão, Líder de Governo, Líder da Bancada, e o Ver. Paulo Odone.

Estou muito feliz, muito grato. Orei muito para que Deus iluminasse a minha mente. Nós tínhamos outras opções, mas encontramos pela frente um Partido que usa muito o diálogo, que respeita muito a opinião contrária – isso é da formação do PPS. Não que não pudéssemos ser felizes em outro Partido, mas acredito que o PPS preenchia os pré-requisitos que a nossa equipe, a nossa base, os nossos líderes, os nossos assessores também nos apontaram através de uma ampla discussão e reunião que durou praticamente duas semanas.

Vamos continuar o nosso compromisso com os nossos colegas, com a oposição, sempre com o diálogo civilizado de todos os Partidos, que é natural e pertinente a esta Câmara. O nosso agradecimento pela compreensão, pelos convites que recebemos dos Líderes de todos os Partidos. Gostaria de me dividir em seis, sete clones, para mandar um para cada Partido, porque foi muito difícil tomar uma decisão com muita gente solicitando o nosso envolvimento com outros Partidos. De uma forma muito civilizada, muito carinhosa, com muita amizade, com muito compromisso e com muito respeito, fizeram os convites, mas, infelizmente, eu tive que optar por um Partido, e achei que o PPS preenchia os pré-requisitos. Um abraço a todos! A nossa caminhada continua, e espero estar mais forte, numa experiência diferenciada, para servir melhor Porto Alegre. Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Clênia Maranhão está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: Sr. Presidente, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, é com muito orgulho, com muita alegria que, em nome da Bancada do PPS, em meu nome e em nome do Ver. Paulo Odone, queríamos expressar às Sras Vereadoras e aos Srs. Vereadores, mas, de uma forma muito especial, ao Ver. Elias Vidal e ao Ver. Professor Garcia, a nossa alegria pela entrada de V. Exas em nossas fileiras. Muitos são os motivos que nos levam, Professor Garcia, Elias Vidal, a este momento feliz, do nosso ponto de vista político.

Primeiro, eu queria registrar que é pela identidade dos seus trabalhos com a história do nosso Partido, a questão da educação, tão bem trabalhada pelo Ver. Garcia, a luta pela diversidade, os seus conceitos de garantia da pluralidade como valores fundamentais, valores que, para nós, são muito caros. Por isso sempre nos sentimos tão próximos da sua atuação.

O Ver. Elias Vidal, que tem a coragem de tratar dos temas mais cruciais e mais difíceis de serem enfrentados pela sociedade dos tempos atuais: a luta na defesa dos jovens de periferia, na luta pela preservação da saúde, na luta contra as drogas, essa militância, que não é apenas uma militância política, mas é uma militância pessoal da sociedade, desenvolvida pelo Vereador, é uma militância que faz com que o foco de sua atuação seja um foco próximo das nossas atuações na luta pela inclusão social, pela justiça e pela igualdade.

Portanto, o PPS comemora, neste dia, a duplicação da sua Bancada. O Ver. Paulo Odone e eu estamos felizes com a entrada desses dois Vereadores, pelas características, pelos compromissos, pelas identidades que nós temos.

E nós também ficamos extremamente contentes com os métodos, com os mecanismos de debate político, qualificado, que estabelecemos nos últimos tempos e que culminou com o ingresso do Ver. Garcia e do Ver. Elias Vidal no nosso Partido. Nestes tempos de tantos descréditos do mundo político, saber que a entrada de dois Vereadores nas nossas fileiras deu-se em cima desses paradigmas, deu-se em cima dessas questões fundamentais, no mundo político de hoje, faz com que esse significado seja ainda maior.

Eu queria registrar também que foi de enorme importância os atos de entrada desses dois Vereadores, não apenas por suas histórias, pela identidade das lutas, pelo procedimento político bilateral que permitiu essa entrada, mas porque, nos referidos atos de filiação no nosso Partido, o Partido Popular Socialista, além desses dois políticos, desses dois quadros políticos do nosso Município, do nosso Estado, também vieram com eles importantíssimas lideranças do mundo religioso, do mundo político, do mundo comunitário, das lutas sociais, das lutas ambientais, das lutas pela educação, das lutas pelos direitos das pessoas. Então, eu queria dizer que, seguramente, este dia é extremamente importante para nós, pelo fortalecimento da nossa Bancada, pelo fortalecimento do trabalho político que nós, juntos, desenvolveremos como base do Partido político do Prefeito José Fogaça. Tenho certeza de que ampliaremos, com isso, os nossos debates e as nossas articulações com os conjuntos das Bancadas de situação e de oposição desta Casa. Sejam muito bem-vindos. Porto Alegre cresce com essa decisão, porque nos faz mais fortes e unidos na luta por uma sociedade melhor. Muito obrigada, Vereadores.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Mario Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaríamos de fazer um agradecimento especial pelo almoço que participamos, ontem, no Esporte Clube Lajeado, onde agradecemos os cinco mil e um votos que fizemos na eleição do ano passado, eleição que está fazendo um ano. Para nossa satisfação, contamos com a presença do Dep. Estadual Vieira da Cunha e do Prefeito Municipal de Porto Alegre, José Fogaça, que foram nos dar um abraço e agradecer aos nossos eleitores.

Faço aqui também um registro sobre a Convenção Municipal da Juventude do PDT, em Santa Maria, que lançou o nome do Deputado Federal Alceu Collares para a candidatura ao Governo do Estado do Rio Grande do Sul no ano de 2006. Foi aprovado com menção honrosa por todos os participantes. Essa idéia, Ver. Márcio Bins Ely, já havia sido lançada aqui pelo nosso colega Ervino Besson, e a nossa Bancada, composta pelo o Ver. Dr. Goulart, pelo Ver. Márcio Bins Ely, Ver. Nereu D’Avila e a Verª Neuza Canabarro, apóia integralmente essa posição que a Juventude tomou em Santa Maria, para lançarmos o nome do Dep. Federal Alceu Collares como candidato ao Governo do Estado.

Temos em Pauta dois Projetos de Resolução de nossa autoria. O primeiro concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao judoca João Derly, Campeão Mundial de Judô, no mês passado, que venceu a luta em 47 segundos. E também iremos fazer uma homenagem de título honorífico de Líder Esportivo ao Sr. Antônio Carlos Pereira, o Kiko, grande treinador do João Derly, a quem o João Derly é muito grato, dedicando suas glórias ao seu treinador, o Kiko. O João Derly esteve aqui acompanhando o Ver. Paulo Odone, na semana passada.

Então, iremos fazer essa homenagem ao João Derly e ao Kiko, em seguida, na Câmara. O nosso Projeto está em 1ª Sessão de Pauta, mas, se Deus quiser, agora, neste mês de outubro, ainda iremos votar e vamos combinar com o Presidente, Ver. Elói Guimarães, para que façamos uma homenagem justa a esses dois jovens, ao atleta e ao treinador. Também convidaremos representantes do Clube Sogipa a se fazerem presentes para que possamos também entregar ao Presidente da Sogipa uma placa em homenagem a essas duas pessoas, pois uma foi campeã, e a outra foi o seu treinador.

Para nossa satisfação, também, por intermédio do Prefeito Fogaça, uma promessa de campanha está-se efetuando agora, quando o Projeto “Programa Municipal de Apoio e Promoção do Esporte – PROESPORTE” começa a correr em Pauta nesta Casa. Esse Projeto foi realizado com o Executivo, por meio do Prefeito José Fogaça, e com a Secretaria Municipal de Esportes, por intermédio do nosso Secretário João Bosco Vaz. Então, foi um pedido nosso, do PDT, e das áreas esportivas desta Cidade, feito ao Prefeito Fogaça, que cumpre, mais uma vez, com a sua palavra e manda para esta Casa o Projeto PROESPORTE, que eu espero que discutamos, alteraremos, se necessário for, colocando emendas, ou que não seja preciso nada, mas que o aprovemos para que entre em vigor, para que, no ano que vem, o esporte de Porto Alegre consiga ter um maior incentivo. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Meneghetti está com a palavra em Comunicações.

 

A SRA. MARISTELA MENEGHETTI: Exmo Sr. Presidente Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, demais presentes, foi com muita honra que nós assinalamos, na sexta-feira da semana passada, o ingresso do ilustre Ver. José Ismael Heinen em nosso Partido. Nome que tem sido exemplo de probidade e integridade na vida pública, que vem colaborar para o crescimento e o fortalecimento do nosso quadro partidário e terá, com certeza, todo o nosso apoio para integrar a nominata de candidatos a uma vaga, seja na Assembléia Legislativa ou na Câmara Federal, nas eleições do próximo ano. A satisfação com que recebemos o nobre Vereador é a prova de que estamos prontos e motivados para construir juntos um projeto com êxito para o nosso Estado e o nosso País. Seja muito bem-vindo, Ver. José Ismael Heinen, e sucesso nessa nova caminhada. Muito obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Raul Carrion está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Vereador Elói Guimarães, demais Vereadoras e Vereadores, todos que nos assistem aqui nesta Casa, ou através da TVCâmara (Lê.): “Há exatos 52 anos, no dia 03 de outubro de 1953, depois de uma ampla mobilização, foi sancionada a Lei nº 2.004, que instituiu o monopólio estatal do petróleo e criou a Petrobras, a quem queremos homenagear, em nome da Bancada do Partido Comunista do Brasil, nesta tarde.

Falar da Petrobras é falar de soberania nacional, de independência econômica, de futuro!

Até os anos 40, os trustes internacionais não se interessaram pelo petróleo brasileiro, pois detinham reservas suficientes em outras áreas do mundo e preferiam manter o Brasil como consumidor.

Dois técnicos norte-americanos, Mr. Oppenheim e Mr. Malamphy, colocados no Departamento Nacional de Produção Mineral, boicotaram qualquer tratativa de encontrar petróleo no Brasil e difundiram a falácia de que o petróleo não existia no Brasil.

A descoberta do petróleo em Lobato, em 1939, forçou uma mudança no discurso: o Brasil até podia ter petróleo, mas não dispunha de capitais, nem de tecnologia para produzi-lo, necessitando, portanto, de capitais externos.

Conseguiram tirar da Constituição de 1946 a proibição da exploração de petróleo pelos estrangeiros, mas a alma nacional rebelou-se. A juventude, através da UNE, lançou-se às ruas sob o lema ‘O Petróleo é nosso!’. Militares patriotas, entrincheirados no Clube Militar, ergueram suas vozes em defesa da Nação ameaçada. Os trabalhadores mobilizaram-se, Parlamentares, intelectuais, nacionalistas conclamaram a Nação a resistir. A campanha ‘O Petróleo é nosso!’ unindo nacionalistas, comunistas, militares patriotas, ganhou as ruas. Muitos foram presos, mortos, condenados pelo crime de defender essa nossa imensa riqueza. Fruto dessa luta, em 1951, Vargas enviou ao Congresso mensagem criando a Petrobras, mas permitindo às empresas estrangeiras participarem como acionistas. A coordenação nacional da campanha se opôs a esse projeto do Governo e apresentou um Substitutivo que acabou sendo aprovado exatamente no dia 3 de outubro daquele ano.

Desde então, nunca cessaram as tentativas das multinacionais petrolíferas no sentido de inviabilizar a Petrobras. O regime militar entregou 86% das bacias sedimentares para os contratos de risco, para a produção das multinacionais. Os subsídios ao óleo, à nafta, em proveito da iniciativa privada, descapitalizaram a Petrobras.

Os anos de neoliberalismo enfraqueceram ainda mais essa grande empresa, e, em 1995, FHC acabou com o monopólio do petróleo, e imensas áreas já pesquisadas foram entregues a preço vil às multinacionais. Seu processo de privatização só foi abortado pela vitória popular, em 2002, do Presidente Lula.

Hoje, apesar de tudo isso, a Petrobras tornou-se a 15ª empresa do mundo no campo petrolífero. Alcançamos a auto-suficiência em petróleo, com quase dois bilhões de barris de óleo equivalentes. As nossas reservas já chegam a 12 bilhões de barris. A Petrobras deverá, nos próximos cinco anos, investir 56,4 bilhões de dólares para atingir os seus objetivos. Ela está renovando a sua frota, tem mais de 40 mil trabalhadores, é a primeira, no mundo, em lavra em águas profundas. Enfim, o sonho, Ver. Haroldo, daqueles que lutaram, resistiram, construíram essa grande Petrobras mostrou-se justo, mostrou-se correto, e a Bancada do Partido Comunista do Brasil quer dizer que na data de hoje, 3 de outubro de 2005, passados 52 anos dessa gloriosa vitória, estaremos sempre junto com as forças patrióticas e democráticas deste País, lutando pelo fortalecimento da Petrobras, que é o fortalecimento da soberania nacional.” Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Passamos à

 

PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

(05 oradores/05 minutos/com aparte)

 

1.ª SESSÃO

 

PROC. N. 5555/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 261/05, de autoria do Ver. Professor Garcia, que inclui no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a Festa de São João Batista, realizada pela Paróquia São João Batista de Porto Alegre, anualmente, no sábado mais próximo ao dia 24 de junho.

 

PROC. N. 5538/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 127/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Honra ao Mérito Atlético ao Judoca João Derly.

 

PROC. N. 5541/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 128/05, de autoria do Ver. Mario Fraga, que concede o título honorífico de Líder Esportivo ao Senhor Antonio Carlos Pereira (Kiko).

 

PROC. N. 5580/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 131/05, de autoria do Ver. Sebastião Melo, que concede o troféu de Honra ao Mérito ao Senhor Denis Escudero.

 

PROC. N. 5615/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 07/05, que institui o Programa Municipal de Apoio e Promoção do Esporte – PROESPORTE, altera e revoga dispositivos da Lei Complementar n. 07, de 7 de dezembro de 1973, alterada pela Lei Complementar n. 501, de 30 de dezembro de 2003, e dá outras providências.

 

2.ª SESSÃO

 

PROC. N. 4804/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 227/05, de autoria da Verª Maristela Maffei, que denomina Rua Zanela um logradouro público não-cadastrado, localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. N. 5539/05 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO N. 259/05, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui a Semana do Servidor Público Municipal a ocorrer, anualmente, no mês de outubro, na semana que abranger o dia 28, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre.

 

PROC. N. 5586/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO N. 006/05, que altera dispositivos da Lei Complementar n. 197, de 21 de março de 1989 e dá outras providências. (transmissão de imóveis) Com Emendas de nos. 01 a 06.

 

3ª SESSÃO

 

PROC. N. 5131/05 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO N. 038/05, de autoria do Ver. Raul Carrion, que dispõe sobre a utilização do solo urbano no Município, adequando-o ao cumprimento da função social da propriedade e ao disposto no Estatuto da Cidade, regulamenta os arts. 203 a 206 da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre e revoga a Lei Complementar n. 312, de 29 de dezembro de 1993. Com Emenda n. 01.

 

PROC. N. 5558/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 130/05, de autoria do Ver. Elói Guimarães, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, acrescentando ao inciso III do art. 216 a expressão ou pilcha gaúcha, após a expressão traje passeio completo.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. N. 5244/05 - PROJETO DE RESOLUÇÃO N. 125/05, de autoria da Verª Maria Celeste, que altera a Resolução n. 1.178, de 16 de julho de 1992, e alterações posteriores, incluindo art. 139-A e parágrafo único no art. 154, criando critérios para a utilização da tribuna por ocasião do Grande Expediente e do comparecimento de autoridades.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, na Pauta do dia de hoje há cinco novos Projetos de Lei. O Ver. Professor Garcia quer que seja incluída no Calendário de Eventos Oficiais de Porto Alegre a Festa de São João Batista, realizada na Paróquia de mesmo nome. Honestamente, eu acho que nós legislamos muito em nome de festas, nesse e naquele sentido, legislamos muito em nome de eventos para serem colocados no Calendário de Eventos Oficiais da nossa Cidade que não levam a nada. Mas, de qualquer forma, São João é São João, não é? Não vejo maiores empecilhos, mas não vai levar a resultado nenhum, porque a festa vai ser feita para os paroquianos e, eventualmente, para algumas outras pessoas da Cidade. Não trará nenhum turista para Porto Alegre, não fará nada de mais.

Agora, o Município, por meio do Executivo, encaminha um Projeto de Lei Complementar que institui o Programa Municipal de Apoio e Promoção do Esporte - PROESPORTE -, altera e revoga dispositivos da Lei Complementar nº 07, de 7 de dezembro de 1973, alterada pela Lei Complementar n.º 501, de 30 de dezembro de 2003, e dá outras providências. Na verdade, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, ninguém, depois da Lei de Responsabilidade Fiscal, pode fazer o que o Prefeito está aqui propondo se não tiver uma outra fonte de Receita que compense aquela. E, pelo que pude ver do Projeto, rapidamente, o Prefeito está buscando Receita ao cobrar mais de outros. E aí não me parece uma coisa muito justa - não me parece uma coisa muito justa! Talvez o Prefeito devesse usar recursos da própria Secretaria de Esportes ou talvez devêssemos ter menos Secretarias no Município, para poder aproveitar melhor os recursos que são recebidos pela Prefeitura nas suas Receitas de IPTU, ITBI, ISSQN e as Receitas próprias do Município em geral. Mas aqui eu vejo que alguém vai pagar pelos prêmios, pelas benesses que serão oferecidas no PROESPORTE, e alguém que talvez não tenha muita coisa a ver com o assunto. É claro que na Exposição de Motivos do Prefeito e no próprio Projeto não dá para saber quem serão os aquinhoados com os novos custos. Saúde e PAZ!

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maristela Maffei está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Ausente. O Ver. Raul Carrion está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RAUL CARRION: Exmo Vereador Elói Guimarães, demais Vereadores e Vereadoras, aqueles que nos assistem, no dia de hoje eu queria voltar a tratar do Projeto de Lei Complementar do Legislativo n.º 038/05, que trata sobre a utilização do solo urbano no Município, adequando-o ao cumprimento da função social da propriedade e ao disposto no Estatuto da Cidade. Queria chamar atenção da nossa Líder do Governo aqui presente, a Verª Clênia, no sentido de que esse é um Projeto de grande alcance, conteúdo e profundidade. Muito tempo nós trabalhamos em cima dele, Ver. Dib, que já percebeu a complexidade do problema, e nós achamos importante que a Pauta sirva para esse debate, esse exame. Esse Projeto já tem um Parecer prévio da Procuradoria da Casa, favorável, do ponto de vista da sua constitucionalidade, legalidade, organicidade, e certamente agora será examinado com lupa pelos Vereadores na CCJ e nas demais Comissões, e certamente eles darão a sua contribuição.

Já disse, anteriormente, que esse Projeto procura trazer para a Lei Municipal o Estatuto da Cidade, que já completou, aliás, quatro anos, Ver. Ibsen, mas na nossa urbe ainda não é aplicado, porque a Lei anterior da função social da propriedade se fez sob a égide, unicamente, da Constituição de 1988; não havia a Lei Federal!

Então, quanto aos prazos, diversas maneiras de operar da Lei anterior estão superadas, não subsistiram ao Estatuto da Cidade. No fundamental, este Projeto, Ver. Comassetto, que também tem se debruçado sobre a matéria, trata do § 4º do artigo 182 do Estatuto da Cidade, Verª Neuza Canabarro, que diz que a terra urbana que não estiver sendo utilizada, ou estiver sendo subutilizada, o Poder Público pode, sucessivamente, fazer o seguinte: primeiro, exigir o parcelamento; segundo, exigir a edificação; terceiro - aí são dados prazos -, existe um prazo para apresentar o Projeto, um prazo para que esse Projeto seja aprovado, e um prazo para iniciar a obra; se isso não for feito, ou seja, se o proprietário considerar que ele vai continuar assentado em cima daquela terra, Ver. Brasinha, e as famílias vão continuar sem ter onde morar, ocupando, às vezes, áreas de preservação ambiental, ocupando áreas de risco, e a terra, ali, valorizando, com os investimentos públicos, aí o Poder Público, Ver. Brasinha, poderá aplicar o IPTU Progressivo no tempo, e o IPTU Progressivo no tempo, Ver. Elói, será assim: duplica ano a ano, até chegar ao limite de 15%. Então, digamos que o IPTU fosse 2%; passados todos esses prazos, um ano a mais, 4%; um ano a mais, 8%; um ano a mais, 16%; como não pode 16%, então será 15%. Além disso o Poder Público ainda pode, no limite, realizar a desapropriação, é a única exceção prevista na Constituição à desapropriação, Ver. Dib, sem necessidade de pagamento em dinheiro vivo, mas em títulos da dívida pública, aprovados pelo Senado, em até dez anos, parcelas anuais, juro de 6%, valor venal da terra, ou seja, valor considerado para efeitos do IPTU. E mais um detalhe, Ver. Dib, para toda e qualquer valorização posterior, no momento em que o Município notificou, será descontada a valorização da terra para efeitos da desapropriação.

Concluindo, é um Projeto que vai viabilizar a verdadeira reforma urbana nesta Cidade. Por isso é um Projeto importante, creio eu, como tenho dito, talvez o Projeto mais importante do nosso mandato, neste momento, e nós esperamos o apoio, a ajuda, a correção dos demais colegas para fazermos uma lei da Cidade – não será, evidentemente, do Ver. Raul Carrion. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; colegas Vereadores, colegas Vereadoras, público que nos assiste nas galerias e no Canal 16, vou continuar aqui me referindo ao Projeto de Lei Complementar de autoria do Ver. Raul Carrion, ou seja, o PLCL nº 038/05. Esse Projeto de Lei tem uma importância para a Cidade, porque nós temos uma discussão muito séria para fazer em Porto Alegre que é a reorganização da Cidade.

A reorganização da Cidade está diretamente relacionada aos vazios urbanos que existem na cidade de Porto Alegre. O Projeto aqui apresentado, Verª Clênia, traz o Estatuto da Cidade, traz a Constituição Federal para a sua regulamentação no Município de Porto Alegre. Então, tratar as áreas, os vazios urbanos como áreas especiais para interesse de urbanização é um compromisso que esta Câmara precisa se debruçar. Por que eu digo isso? Porque a Cidade está, cada vez mais, pela política de urbanização existente no Brasil, como um todo - que agora tenta se restabelecer com o Ministério das Cidades -, para conseguir ter uma política em nível nacional, que dialogue com os Estados e com os Municípios. E por falar nisso, Sr. Presidente, gostaria de dizer aqui que no final de semana nós tivemos a 2ª Conferência Estadual das Cidades, debatemos durante todo o final de semana. Comunico também aos colegas que tive o prazer de ser eleito, como Vereador de Porto Alegre, para a delegação nacional, representando as Câmaras de Vereadores, junto com mais cinco colegas do Interior do Estado. Lá faremos todo o debate das políticas habitacionais, e quando falamos aqui de políticas habitacionais, não é exclusivamente a construção da casa, mas é o saneamento ambiental, é o sistema de mobilidade, é a ocupação do solo urbano. Portanto, não haverá Governo, seja ele Federal, Estadual ou Municipal, que queira resolver o problema da política habitacional se nós, aqui nesta Casa, não resolvermos e não disciplinarmos a ocupação do solo urbano. E os vazios urbanos que existem, Ver. João Dib, ouvi V. Exª outro dia, quando me aparteou aqui, dizer que não eram muitos, eu passei a buscar esses vazios urbanos na cidade de Porto Alegre. E são muitos vazios urbanos que ficam como reserva de mercado, com isso nós estamos entravando a indústria da construção civil para que possa ocupar esses vazios, onde já há infra-estrutura. E se nós não tivermos leis que regulamentem isso, a Cidade vai continuar a se expandir indiscriminadamente. E hoje nós temos, em Porto Alegre, em torno de 650 comunidades que são irregulares, que se instalaram sem nenhum tipo de projeto, em áreas que, na maioria das vezes, são irregulares, áreas que não têm infra-estrutura que qualifique a urbanização.

 

O Sr. João Antonio Dib: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador Comassetto, na realidade, existem vazios urbanos em Porto Alegre, mas para a construção civil não há problemas, nós não temos clientes que comprem essas áreas, se fossem construídas. O antigo Plano Diretor, com índices muito mais baixos que os atuais, permitia, se ocupado em toda a sua plenitude, 2 milhões e 400 mil habitantes.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: V. Exª está parcialmente correto na sua afirmação, e justifico o motivo, não é que não haja necessidade de novos espaços para construção; a construção civil de Porto Alegre tem uma cultura de construir para a Classe A, B, C e um pouquinho para a Classe D; para Classe D e Classe E não existe essa cultura. Há uma cultura da nossa indústria da construção civil para as baixas rendas, e esses têm que ser feitos integradamente com os Governos, inclusive com recurso federal, hoje existe bastante recurso disponível na Cidade, por intermédio do Programa do Governo Federal, que são os programas de arrendamento e a Medida nº 460, que foi lançada agora. Então, nós, aqui em Porto Alegre, temos que nos debruçar sobre a legislação para também criarmos condições para que os investidores possam se dedicar e construir habitação popular para as Classes D e E.

 

O Sr. Raul Carrion: V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, Ver. Dib e Ver. Comassetto, hoje o déficit habitacional no Brasil chega a 20 milhões de famílias, se considerarmos também as habitações inadequadas. Desse déficit, 91% recebe até cinco salários mínimos, e o mercado, como disse muito bem o Ver. Comassetto, só produz para quem recebe de dez salários mínimos para cima. Então, é preciso haver uma modificação no quadro para que o Poder Público construa, muitas vezes, junto com a iniciativa privada para a baixa renda.

 

O SR. CARLOS COMASSETTO: Agradeço, Ver. Carrion, e queria dizer mais a todos os colegas aqui que em Porto Alegre existe hoje, oficialmente, uma demanda de 60 mil imóveis para as Classes E e D, existe mercado para isso, e o recurso também existe, que é o recurso da Caixa Econômica Federal. O que nós precisamos? Construir, resolver os estrangulamentos que existem. Nesse sentido, eu quero já, de público aqui, fazer um convite a todos os Vereadores, e o nosso mandato está organizando para o dia 22 um debate com a Caixa Econômica Federal, com o Sinduscon, com a Sociedade de Engenharia, com o IAB e com o Comathab, para nós identificarmos estrangulamentos que existem na ordem da legislação, e aí eu convido os colegas justamente para o debate, para que possamos nos debruçar e saber onde estão esses estrangulamentos, para resolvermos sobre a aplicação dos recursos na habitação popular em Porto Alegre. Por quê? Para concluir, quero dizer que recurso existe, também existem empresários para construir, população deficitária existe. Então, o que nos falta? Identificar onde estão os estrangulamentos e resolver isso. E esta Casa tem um compromisso com essa demanda histórica, que não é só de Porto Alegre, mas da maioria das grandes cidades e das médias cidades brasileiras. Muito obrigado, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Maria Celeste está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. MARIA CELESTE: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, gostaria de discutir na Pauta de hoje o Projeto de Lei do Legislativo, de autoria do Ver. Maurício Dziedricki, que institui a Semana do Servidor Público Municipal a ocorrer anualmente no mês de outubro, na semana que abranger o dia 28, passando a integrar o Calendário de Eventos Oficiais da cidade de Porto Alegre.

Este Projeto do Ver. Maurício vem trazer para nós uma reflexão importante em relação ao servidor público municipal. Pena ter entrado em Pauta somente nesta semana, porque nós passamos, há poucos dias, por um período complicado junto ao servidor público municipal, inclusive, quando a categoria, através do Fórum de Entidades, declarou uma greve parcial dos seus trabalhos em função de uma reivindicação da questão do retorno da bimestralidade. Penso ser importante que se faça essa discussão, e o Vereador traz a criação dessa Semana para que se valorize o funcionário público do Município.

A maior valorização é aquela que se dá através do reconhecimento do trabalho, com certeza, através de atividades como essa que o Vereador está propondo, Verª Margarete Moraes, através de exposições, de shows, de obras, mas, sobretudo, do reconhecimento da valorização do seu trabalho, através do reconhecimento do seu salário, digno para si e para sua família.

Lamentavelmente, o que nós presenciamos foi que a atual Administração elegeu-se sob a proposta do retorno da bimestralidade dos funcionários públicos municipais de Porto Alegre e nos jornais de hoje nós vimos que foi protocolado também aqui na Casa, na sexta-feira, o Projeto de Lei do Executivo que trata dessa questão, apontando um regime anual aos reajustes e concedendo uma reposição de 4,51%, pagos em duas parcelas; colocando-se então na contramão daquilo que foi proposto, daquilo que foi dito durante o período eleitoral, de que haveria o retorno à bimestralidade, sepultando esta proposta de concreto para os funcionários públicos municipais.

Então, eu penso que este Projeto do Ver. Maurício poderia ter sido protocolado antes de toda essa questão, envolvendo Fórum de Entidades, para que a gente pudesse propiciar um grande debate para além das homenagens, para além do reconhecimento da categoria, do servidor público municipal, mas, sobretudo, para a questão que o Fórum de Entidades veio trazer aqui, nesta Casa, como a reposição da bimestralidade, como o aumento dos seus salários, toda uma discussão que nós fizemos aqui. Tentamos, inclusive, aprovar uma Moção em solidariedade ao Movimento, mas que não houve acordo. Lamentavelmente, vejo que o Ver. Maurício chega um pouco atrasado com esta discussão no Plenário, mas, bem, ele está propondo homenagens, é uma Semana alusiva com obras, com todo o reconhecimento necessário ao servidor público.

Penso que nós temos que começar a aprofundar essas homenagens de forma mais pontual, sobretudo com os Projetos que dizem respeito ao salário do servidor público municipal.

E fiquei bastante preocupada, pois, paralelamente a este Projeto, o Prefeito protocolou então novo Projeto que traz esse regime anual de reajuste. Logo nós vamos estar podendo discutir isso no Plenário, mas só para que a gente tenha uma idéia, estabelece pagamento em duas parcelas, uma de 2,42%, retroativa a maio de 2005, e aí têm três parcelas nesse processo, e depois a segunda parcela, de 2,9%, em janeiro de 2006. Quer dizer, na realidade não serão duas; serão cinco parcelas, desse reajuste, que serão propostas, e isso estará no bojo do próximo Projeto, que certamente deverá estar entrando em Pauta na quarta-feira ou quinta-feira.

Quero, então, dizer que é importante a discussão que o Ver. Maurício traz, da Semana do Servidor Público Municipal, mas também queria agregar outros elementos, como esse do reajuste e da possibilidade que tem o servidor público, através do Fórum de Entidades, de fazer essa discussão, lamentavelmente tardia. Eu gostaria que o Vereador tivesse feito essa proposta há algum tempo, quando o Fórum de Entidades esteve nesta Casa, e tentamos aprovar a Moção de Solidariedade com os funcionários públicos municipais. Obrigada.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras Vereadoras, comento aqui um Programa inusitado, que deverá, de parte da nossa Casa, receber um olhar bastante cuidadoso, que é o Programa Municipal de Apoio e Promoção ao Esporte, que vem à primeira Sessão de Pauta num momento tão triste da nossa vivência esportiva.

E não é como alguns podem achar, de que o Grêmio está na segunda divisão, e por isso são os campeões, porque logo estaremos na primeira divisão, mas falamos do desastre que foi a ação da Brigada, ontem, no jogo do Internacional.

Ouvi algumas declarações no rádio e logo pensei: “Por que será que levam crianças nesses jogos, nesse aglomerado de pessoas?” E eu ouvia declarações da própria Brigada, dizendo que levassem as famílias, as crianças, as esposas, porque é um momento gostoso. E assistimos, estarrecidos, a uma inépcia, um autoritarismo, um completo desmando da Brigada Militar.

Se pegarmos o jornal Correio do Povo, na contracapa, vemos, na seqüência de fotos, um absurdo. O absurdo da primeira foto: no chão uma bomba lançada pela Brigada, e um pai protegendo duas crianças e, ao lado, a explosão da bomba. Pessoas que estão lá na ponta estão se protegendo do barulho e crianças pequenas estão ao lado.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Vereadora...

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Falo, Ver. Elói, do incentivo ao esporte, que este Governo está preocupado, Governo cuja base partidária é a mesma do Governo do Estado e que, portanto, deve estar se sentido tão indignado quanto nós, com a inépcia da segurança, pois é o segundo episódio dramático nesta semana.

Mas chamo a atenção para o fato de que essa Lei de Incentivo ao Esporte também nos mostra que é muito pequeno o recurso da Prefeitura para o esporte nesta Cidade. Tem grande mérito o trabalho que a Secretaria de Esportes vem desenvolvendo desde a sua criação, com um recurso muito pequeno, com orçamento pequeno, com um grupo pequeno de valorosos funcionários municipais, que espalharam nesta Cidade organizações autônomas, apoio à organização comunitária para o esporte, para o lazer. E o Governo Municipal aponta um projeto de captação de recursos através de incentivos.

Eu fico muito preocupada porque se combinar isso com as PPPs, com a escola aberta em parceria com a comunidade, com uma série de falas e iniciativas, a gente começa a se preocupar com a retirada do Poder Público da sua tarefa central. Não que eu não ache que possa ser positivo, mas quero dar um exemplo que me faz ficar bastante preocupada: o Funproarte, Verª Margarete, que é um primor, é o único no País, como política pública de incentivo à cultura, que não joga os artistas a terem de andar de pires procurando incentivo - esses programas de incentivo fazem isso, criam intermediário que acaba ganhando o recurso, criam o desvio do dinheiro público, muitas vezes, criam a incidência ou a definição, pelo empresariado, do que vai ser valorizado na cultura, porque, afinal, é ele que vai passar o recurso diretamente para os grupos. Então, se por um lado há um mecanismo interessante, por outro lado há distorções importantes. E o Funproarte não está pagando – nós tivemos mobilização em Porto Alegre, os artistas deitaram no chão, há um mês, na Esquina Democrática, porque o primeiro grupo de selecionados do Funproarte não recebeu a primeira parcela para iniciar o seu projeto e nós estamos no final do ano. Então, um Fundo importante que nós comemoramos e que está para ser premiado pela Fundação Getúlio Vargas, que exatamente se diferencia das leis de incentivo que obrigam os artistas a ficarem a mercê do mercado, não está sendo observado por esse Governo e, por outro lado, em relação ao esporte, ele propõe incentivo através de isenção fiscal. Sem falar no problema da isenção fiscal, do abrir mão de recursos num momento tão grave da Prefeitura, num momento de mobilização salarial.

Então, acho que vem se caracterizando uma agenda e uma marca nova nesta Cidade; a marca de um Governo que se considera incapaz de governar, de constituir recurso para ação pública e que chama as parcerias para tentar suprir isso. Isso é preocupante. A discussão das PPPs deve nos aprofundar sobre esse tema.

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Encerramos a Pauta.

O Ver. Maurício Dziedricki está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. MAURÍCIO DZIEDRICKI: Exmo Sr. Presidente, companheiro Vereador Elói Guimarães, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e através da TVCâmara, é com satisfação que eu venho a esta tribuna para registrar a preocupação já demonstrada pelo Ver. Claudio Sebenelo e pela Verª Maria Celeste com relação a um Projeto que nós protocolamos aqui nesta Casa, que trata da oficialização da Semana Municipal do Servidor, abrangida pelo dia 28 de outubro, em que nós, neste dia, homenagearemos não somente aqueles que nos ajudam diuturnamente nas condições da Prefeitura, da Câmara e de serviços afins de nosso Município, serviço esse que é prerrogativa das melhores condições para que nós respeitemos a sociedade, a qual nos elege e da qual nós fazemos parte.

O Projeto que eu busquei formatar em conjunto, oportunizando tanto a questão da participação do Executivo quanto do Legislativo, visa a atender frontalmente às necessidade que nós temos em dignificar essa árdua profissão. Ao longo do texto - quem o leu, quem acompanhou pôde ver -, uma narrativa histórica da formalização do servidor público em Porto Alegre, das diversas crises, angústias e peculiaridades que esses servidores, por lá, transcendem ao longo dos anos, dignificando aquilo que nós constantemente buscamos: qualidade no serviço público.

Uma das questões que nós estamos preocupados e vemos recorrente neste plenário é a questão da reposição salarial - citada aqui pela Vereadora que me antecedeu -, que deve ser, também, fruto de um conselho de gestões plurais, em que nós, Vereadores de Porto Alegre, aliados ao Executivo, podemos opinar nas diversas propostas que apresenta o Fórum. De imediato coloco à disposição este texto que está aberto e que veio ao Plenário para discussão justamente pela preocupação de fazermos da Semana do Municipário, do Servidor Municipal, um momento de discussão, de correção de rumos, de avaliação das posturas e das condutas destes que nos representam nos diversos setores de atendimento à comunidade de Porto Alegre. Eu quero afirmar aqui um dos textos que me motivou e que está registrado na Exposição de Motivos deste nosso Projeto, que trata, pelas palavras de Cecília Landrim, Secretária de Estado de Gestão Administrativa do Governo do Distrito Federal (Lê.): “A classe passa por um tempo em que o servidor público compreende o sentido do seu espaço nas instituições do Estado. Recebe treinamento especializado e permanente para desempenhar cada vez melhor as suas funções e capacita-se para participar das decisões da gestão pública, numa crescente humanização de sua participação no trabalho, nos programas de integração e motivação que contemplam o lazer, a arte, a família.”

E é justamente isso que o nosso texto visa a buscar: compreender os valores da arte, da cultura, do desporto, dos valores familiares, aproximando cada vez mais. O que permeia, o que reside na alma de cada um dos nossos servidores, no justo reconhecimento, não tão-somente por esta Casa, mas pelo setor da Prefeitura de Porto Alegre, pelos nossos servidores e, talvez, pelos órgãos representativos da categoria, sejam o Fórum ou as diversas outras atividades, mas o que há de importante é o registro por parte deste Vereador, justamente buscando o apoio aqui e a ampla discussão, já que temos como menção o cuidado, através dos nossos mandatos, de uma gestão plena, em que os nossos servidores públicos sejam reconhecidos, dignificados e oportunizados, fazendo com que, cada vez mais, como disse Cecília Landrim, possam contribuir com a gestão pública do nosso Município.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Nereu D’Avila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. NEREU D’AVILA: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, vencido o prazo de um ano para aqueles que desejam concorrer nas eleições do ano que vem tenham escolhido os seus respectivos Partidos, eu quero, em nome do PDT, dizer à população e à esta Casa que, ainda neste cipoal de mudanças e de situações de trocas de legendas, que o PDT, embora na essência continue a lutar para que a fidelidade partidária seja uma das mudanças mais fundamentais neste País, compreende a insegurança dos Parlamentares nas suas respectivas legendas, fazendo com que procurem abrigar-se onde entendam ter um espaço maior e melhor. Neste quadro, nós do PDT, estamos muito satisfeitos, muito eufóricos até, porque como eu disse em outra ocasião e repito aqui: não cooptamos, não constrangemos, não somos poder em nível estadual, municipal ou federal, não corremos atrás da quantidade, mas, evidentemente, da qualidade sim. Sabemos que, muitas vezes, com o poder há um inchaço, basta ver Partidos do Congresso Nacional que elegeram 80, 90 Deputados e que hoje estão com 50, 60 Deputados. Então, o PDT não foi o Partido que acolheu mais Parlamentares, mas acolheu bons Parlamentares, de qualidade, que por circunstâncias, por exemplo, um Parlamentar que há 42 anos estava no PCdoB, de Minas Gerais, mas que devido a problemas com o seu Partido desde a votação da Presidência, veio ao PDT. O Senador Cristovam Buarque que também estava com problemas no seu Partido, aderiu ao PDT. Ninguém pode negar ao Senador Cristovam Buarque a qualidade de idéias, principalmente no campo educacional onde o PDT mais investe. Mas foi com surpresa, até para o PDT, que em São Paulo, nas mudanças e acomodações, se não fomos o Partido mais contemplado, estamos entre os que mais foram. Mais de 30 Prefeitos aderiram ao PDT. Na Assembléia, foram cinco Deputados Estaduais, além de dois Vereadores na Câmara Municipal de São Paulo. São Paulo sempre foi uma situação muito complicada. Desde Getúlio Vargas que o Partido só penetrava em São Paulo através de Adhemar de Barros - isso no tempo em que Adhemar foi interventor lá, e que a política era de nomeação de Governadores. Brizola sempre teve imensas dificuldades com São Paulo. São Paulo vicejou um Paulo Maluf, que hoje se encontra no fundo do cárcere. Para ver como lá é complicada a política.

Nós estamos satisfeitos porque vimos e aceitamos. Vamos buscar qualificação, e, aí sim, nas eleições do ano que vem, nas urnas, mais mandatos para o nosso Partido. Nesta Câmara, em 1992, tínhamos nove Vereadores; em 1996, baixamos para quatro; em 2000, subimos para cinco; e em 2004, fomos para seis Vereadores, que é como está formada a atual Bancada. O PT, que foi poder por 16 anos, e que ao longo do tempo tinha uma Bancada de 10, de 11, agora conta com uma Bancada de sete Vereadores. A diferença entre PT e PDT é de um Vereador. Estamos novamente em ascensão em Porto Alegre.

O PDT sai desse embate, e não negamos que, dadas as circunstâncias que a Lei permite, os Parlamentares fazem as suas escolhas. Volto a deixar aqui a posição do PDT em relação, por exemplo, à cláusula de barreira. Não somos contra Partido de história, como o PCdoB; de tradição, como o PV; enfim, de Partidos combativos, não-fisiológicos, que sempre estão defendendo os interesses populares. Mas, infelizmente, há no Brasil uma proliferação de Partidos nanicos só para negociação, como ficou visto com o tal de “mensalão”. Os que mais cresceram foram os que mais aderiram ao Governo e mais aceitaram o “mensalão”. De modo que, na luta, quando pretendemos mudanças, às vezes temos que tomar medidas que podem fazer injustiças – às vezes. Não que preguemos as injustiças, mas no global, podem trazer um quadro partidário representativo, porque hoje, com 29 Partidos, depois do P-Sol, inscreveram mais um Partido da igreja. São tantos os partidos que nem se sabe mais o nome deles. Eu acho que a cláusula de barreiras que prega - ou que deixou já na Lei, desde 1995, mas com vigência para o ano que vem - para que 2% sejam obtidos em nove Estados e 5% em toda a votação para deputado federal, acho que é razoável, porque enxugará o quadro partidário. Vejam bem que o PDT está na linha tênue, que obteve os 5%. Portanto, não estamos aqui como Partido grande em detrimento dos menores. Não. Reconhecemos o valor de muitos Partidos pequenos, mas uma ploriferação sem critérios, realmente leva ao que ocorreu de vergonhoso como o “mensalão” e que enxovalhou toda a classe política.

Portanto, Sr. Presidente, com muita satisfação, nós registramos, de nossa parte, que o PDT saiu fortalecido, com qualidade, sem buscar fisiologia, sem cooptação, privilegiando a qualidade em detrimento da quantidade. Muito obrigado.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): A Verª Manuela d’Ávila está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MANUELA D’ÁVILA: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, falo em nome do meu Partido, Partido Comunista do Brasil – PCdoB. Desde a última Sessão que tivemos até hoje aconteceram muitas coisas na nossa sociedade. Se aconteceram algumas coisas dentro da Câmara de Vereadores, coisas muito mais graves aconteceram no mundo em que vivemos, no Estado em que vivemos, Ver. Haroldo de Souza. Eu fiquei chocada ao ouvir, ontem, o Sr. José Otávio Germano, Secretário de Segurança do Estado, afirmar numa rádio do nosso Estado que a Brigada Militar estava agindo dentro dos conformes, dentro do estádio Beira-Rio, que via com naturalidade aquilo que estava acontecendo lá. Minutos depois, acho que observou algumas das cenas, algumas das imagens ocasionadas pela ação irresponsável da Brigada Militar no nosso querido Beira-Rio e tentou consertar.

Eu me pergunto: como uma equipe treinada para agir pode usar tamanha truculência dentro de um estádio de futebol? Todos nós, colorados ou gremistas, que vamos aos estádios de futebol, sabemos a quantidade de pessoas que ficam juntas. Assim como todos nós que já vimos a Brigada Militar em ação, sabemos o efeito de uma bomba de gás lacrimogênio. Portanto, todos que vimos as duas circunstâncias, sabemos, Ver. Haroldo, que as duas em conjunto podem ocasionar não 50 feridos, mas centenas de mortos. Nós poderíamos, hoje, no plenário desta Câmara, estar falando de mortos e não apenas de feridos, fruto da irresponsabilidade da Brigada Militar ou do Comandante, nós poderíamos estar falando dessas mesmas crianças que aparecem nas fotos, em pânico, nós poderíamos estar no velório dessas crianças, porque sabemos a reação das pessoas normais, das pessoas de bem, quando vêem uma bomba de gás lacrimogênio explodir! Quem já viu sabe que a reação não é outra se não correr. Quando muitas pessoas correm, como correm num estádio de futebol, nós poderíamos ter uma tragédia, Ver. Brasinha, como tivemos.

É inadmissível que uma das maiores felicidades do povo brasileiro, uma das mais legítimas felicidades desse povo, Ver. Todeschini, acabe com crianças traumatizadas como aconteceu seguramente com essas crianças que estavam dentro do campo, sorrindo, minutos antes de perderem dedos, como uma criança perdeu, Ver. Haroldo. Esta Câmara de Vereadores tem que repudiar o Comandante, os brigadianos que fizeram isso! Nós temos que inverter a lógica de ação da Brigada Militar. Era outro Comandante que estava em Igrejinha na manifestação do Vale dos Sinos, onde o trabalhador, o sindicalista foi assassinado, porque não existe outro termo para aquilo. Asfixia técnica é um nome bonito demais para um assassinato de um lutador social. Nós vimos, no final da última semana, um trabalhador ser assassinado pela Brigada Militar - talvez, por um brigadiano, ou por alguns brigadianos, Ver. João Dib -, sob a ação, sim, de um comandante: em Igrejinha, sob o comando de um; no estádio Beira-Rio, sob o comando de outro.

Portanto, é evidente que há uma lógica de combate às pessoas que se manifestam, que lutam por direitos que já lhe foram assegurados. Os trabalhadores têm direito de se manifestar, ainda mais quando for para pedir mais empregos. Não é verdade? Os trabalhadores têm esse direito assegurado, assim como o nosso povo tem o direito de se divertir. Mas é muito estranho que, nas duas circunstâncias, nós tenhamos uma corporação, com a história da Brigada Militar, agindo com tanta truculência. Essa não é a segurança que o povo gaúcho queria, quando elegeu Germano Rigotto para Governador do Estado. Receber essas agressões com naturalidade, como recebeu o Secretário José Otávio Germano, ao povo gaúcho, aos colorados, deste Estado, que estavam no estádio Beira-Rio, também não é o que nós esperamos de um Secretário de Segurança. Nós queremos que esses comandantes, que esses brigadianos sejam punidos. Mas queremos muito mais do que isso: queremos uma corporação que atue para a segurança do povo, pois essa corporação não está trazendo segurança. Os assassinatos são muitos, as mortes são muitas, mas, nesses casos, a Brigada Militar não atua; nesses casos, a Brigada Militar não salva vidas. E, quando atua, sob o comando de alguns comandantes, mata trabalhadores e fere, profundamente, o corpo, as mentes e os corações das nossas crianças, como ocorreu no estádio Beira-Rio, no domingo. Muito obrigada, Sr. Presidente. (Palmas.)

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, da mesma forma, eu quero aplaudir a Verª Manuela; porém, Vereadora, vamos combinar uma coisa: a Brigada Militar não sai lá do Quartel para ir ao estádio ou a qualquer lugar propositadamente ou prontamente para bater em alguém. Nós temos que repudiar, sim, esses militares que cometeram esse excesso, mas nós não podemos esquecer que esses policiais, esses militares, estavam lá a trabalho e, se cometeram excessos, nós temos que condenar, mas nós temos que sempre preservar a entidade. Esta Casa todos os meses homenageia uma corporação da Brigada Militar, eu chego a ver isso até como um excesso. Mas, de repente, ocorrem esses dois episódios, que são lamentáveis, claro que são, e aí nós atacamos a Brigada Militar. Não, só um pouquinho! Vamos combinar que essas torcidas organizadas sempre foram problema para a Cidade, vamos combinar que essas torcidas organizadas sempre trouxeram “dor de cabeça” aos estádios. O Ver. Brasinha diz que a dele não, mas vamos combinar que essas torcidas organizadas são os grupos que jogam pedra em ônibus, são os grupos que iniciam as badernas, e é claro que pessoas inocentes acabam participando daquilo que ocorre depois. E eu não estou aqui defendendo, em hipótese nenhuma, ou fazendo qualquer crítica ao fato que ocorreu ali, praticado por este ou aquele policial, mas vamos combinar que, para quem está trabalhando, armado, em meia dúzia, é muito complicado conter 300, 400, 500 ou mais pessoas. É muito difícil. Então, eu faço um apelo para que a gente também não saia criticando a corporação.

Da mesma forma que foi mostrado e foi criticado no jornal Zero Hora, o Caderno de Esportes mostra dois soldados da Brigada Militar transportando duas crianças, tirando do tumulto. (Mostra o jornal.) Nós não podemos tratar a Brigada Militar como alguma coisa separada. A própria Brigada Militar, a própria entidade é vítima disso que aconteceu lá. Nós devemos fazer esse pronunciamento, mas não podemos deixar de registrar isso. Que sirva esse exemplo para as torcidas se conscientizarem, aqueles que vão lá nos estádios, que vão para se divertir, porque se não houvesse preocupação exagerada, certamente, não teria acontecido o que ocorreu e tem ocorrido nos campos de futebol.

Então, quero, por um lado, me somar àquilo que a Verª Manuela colocou, mas, de outro lado, fazer essa ressalva: nós não podemos condenar a entidade e aqueles servidores que lá estavam, imaginando que eles saíram de casa prontos para bater em alguém. Seria muito fácil e confortável fazer uma crítica dessa monta ou nesse sentido, mas temos de ter responsabilidade, porque eram trabalhadores que estavam lá, e a gente não sabe se não teria sido pior caso eles não tivessem tomado aquela atitude. Então, vamos com calma! Quero apenas salientar que, da mesma forma, a Brigada Militar, os soldados estavam lá preocupados, tanto é verdade que estavam até carregando crianças. Era isso, Sr. Presidente.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em Questão de Ordem, o Ver. Dr. Goulart questionou, na fala da Verª Maristela Maffei, um termo utilizado. Eu estou riscando o termo utilizado no discurso, já público e notório. Então, estou determinando a retirada do termo utilizado. Portanto, atendo, Ver. Dr. Goulart, ao Requerimento de V. Exª Está riscado dos Anais o termo utilizado.

A Verª Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. MARISTELA MAFFEI: Sr. Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras e senhores, nós recebemos hoje o comunicado – e também tomamos conhecimento por meio dos jornais que circulam na nossa Cidade – do Ministro do Desenvolvimento Agrário, companheiro Miguel Rossetto, de que foi liberado ao assentamento Filhos de Sepé um repasse de 5,4 milhões de reais para a execução do assentamento em Viamão. É um repasse para melhorias na infra-estrutura do maior assentamento do Estado do Rio Grande do Sul. É o Governo Federal, o Governo Lula colocando em prática a execução da Reforma Agrária. Portanto, nós queremos, sim, dizer com muita felicidade que, aos poucos, estamos executando o nosso propósito inicial, como Frente Popular, em relação à Reforma Agrária no nosso País.

A outra questão que eu queria colocar é que nós temos de tensionar demais o Ministério da Educação - até porque a PEC-Paralela já está bem avançada -, nós precisamos da inclusão de creches para crianças de zero a três anos e não podemos esperar mais para que os nossos filhos e as nossas crianças recebam atendimento, e que, desde o berço, a questão da Educação também seja incluída nas creches do território nacional.

Outro aspecto que me traz aqui é a questão da Segurança. Ver. Brasinha, que é gremista, o que aconteceu este final de semana no Beira-Rio poderia ter acontecido em qualquer outro estádio, porque a gente não tripudia em cima das desgraças que acontecem. O Internacional viveu dois momentos de catástrofe: o primeiro foi na questão do STJD, que está, de uma forma vergonhosa, roubando os pontos dos times, não apenas do Internacional, mas também de vários outros times. Mas o que aconteceu em relação à questão da Segurança não é uma questão pontual, não é uma questão menor, é uma questão de viés ideológico, uma questão de orientação político-ideológica. Senhoras e senhores, todo Partido, quando assume o Governo, segue uma orientação, e todos nós sabemos que a orientação do Governo Rigotto é a orientação da tolerância zero: primeiro mata, depois pergunta quem é, qual foi a situação. Então, o que nós vimos, a agressão àquelas pessoas que estavam ali, demonstra a autoridade, a falta de projeto. E vamos deixar bem claro: por bem menos, fizeram uma CPI contra o Governador Olívio, contra o Bisol, quando era Secretário! Eu não entendo, eu não estou ouvindo vozes da atual situação, aqui no Estado, por aquele escândalo todo!

Por último, senhoras e senhores, o assassinato de um trabalhador. Quem trabalha com os direitos humanos sabe o que significou o assassinato daquele jovem. Nós estamos vivendo um momento muito grave no nosso Estado, Ver. Dib. Não é pequeno o fato ocorrido.

Quando nós estávamos na Prefeitura, falavam que havia "azuizinhos” com barba. Falavam de todas as situações. Aquele brigadiano moleque, que estava com o boné atravessado na cabeça, a gente via nele o despreparo, a desqualificação. Foi uma opção do Governo Rigotto, desde o Governo Britto, quando fizeram o PDV. É uma orientação desse viés ideológico que hoje está, sim, no Governo do Estado, e nós vemos as conseqüências que advêm quando não há comando, quando não há um compromisso com os direitos humanos, que é um direito sagrado na Constituição.

E vejam bem, senhoras e senhores, nós estaremos, daqui a pouco, perante uma convulsão social. E o que aconteceu no Beira-Rio, devido àquela irresponsabilidade, poderia ter sido uma tragédia muito maior. Mas isso aqui não é sensacionalismo; isso foi o estrangulamento de um trabalhador, pai de família! Às vezes, a gente ouve aqui de alguns Vereadores da situação: "Porque o banditismo...", como se o pobre fosse responsável pela indústria de miséria neste Estado, neste País. E aqui está a prova de um assassinato! (Mostra o jornal Zero Hora.) Esse jovem trabalhador foi assassinado por quem deveria lhe dar proteção.

Termino a minha fala, dizendo que todos nós estamos de luto por essa morte e pelo Governo que nos diz representar. Muito obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Antes de passar a palavra ao próximo Vereador inscrito em Liderança, a Bancada do PT, através do Ofício nº 013/05, de 03 de outubro de 2005, faz a seguinte comunicação (Lê.): "Informamos que, a partir desta data, a Liderança do Bancada do Partido dos Trabalhadores será exercida pelo Ver. Carlos Todeschini, Líder, e pela Verª Sofia Cavedon, Vice-Líder.” Assinam os integrantes da Bancada.

Apregôo a Emenda n.º 04 ao PLCL n.º 020/05, de autoria do Ver. Nereu D’Avila.

O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado, Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, assistência do Canal 16 e público presente, em primeiro lugar, eu queria agradecer a minha Bancada pela condução unânime e pela confiança que depositaram em minha pessoa para exercer a Liderança, em conjunto, em compartilhamento com a companheira Verª Sofia Cavedon. Nós continuaremos o nosso trabalho junto com a assessoria e com as instâncias partidárias, porque acreditamos que o sujeito da transformação é, antes de tudo, o Partido, que é o movimento de massas, o movimento social, ao qual nós sempre estivemos profundamente ligados, em que participamos como parceiros, como lideranças e também como liderados muitas vezes. E esse Partido, como bloco, por muito tempo, exerceu a hegemonia política em nossa Cidade, e certamente voltará a exercer a hegemonia política num futuro bem próximo. Hoje, 3 de outubro, completa-se um ano do primeiro turno das eleições realizadas em 2004. E também essa data é um marco para nós, porque o tempo está passando, e está passando bastante rápido, e nós estamos olhando para o futuro. E, no futuro, a nossa vontade, a nossa capacidade de articulação, de liderar projetos, propostas, certamente fará o reencontro necessário com a Cidade. Nós estamos muito tranqüilos, mais uma vez eu agradeço a confiança da minha Bancada, porque a vida continua, e o tempo é o senhor da razão. Nós acreditamos muito nisso. Vamos, nesse período, conforme acordado em consenso, unanimemente, pela Bancada, exercer a Liderança até o final do ano, e depois nós temos as seqüências naturais já propostas e acordadas.

Eu também queria fazer apenas um breve registro: nos últimos três, quatro meses, foi exacerbado o uso da mídia. Muitas vezes a mídia, a grande imprensa, fazem a justa e a necessária cobertura dos fatos, mas ultimamente nós temos visto coisas que têm servido só para os interesses dos holofotes; falo especialmente das CPIs, que não aprofundam mais nem um assunto, só vão na superficialidade, porque, se aprofundarem, os que serão atingidos serão os proponentes que fizeram uma CPI política para tentar atingir o Governo Lula.

Está aqui a manchete do jornal O Sul, que diz (Lê.): “CPI dos Correios perde fôlego, deixa de investir e se atola em intrigas.” Essa é a realidade que nós estamos vivendo no Brasil, porque, se tivessem fatos reais, não tenho dúvida, já teriam cassado o Lula.

Então, é importante que se registre isso, porque é o que nós vivemos no Brasil, felizmente, superado pela brilhante vitória na recomposição democrática liderada pelo Presidente da Câmara dos Deputados, o atual Presidente, Aldo Rebelo. Parabéns ao Brasil por isso!

Em segundo lugar, eu não posso aqui compactuar com o que foi dito pelo Ver. Bernardino, anteriormente, em relação às atrocidades cometidas pelo sistema de Segurança do Rio Grande do Sul, que tem responsabilidade, sim, pelos desmandos, pelas desordens, pelo desgoverno e também pelo silêncio de muitos órgãos da imprensa que omitem a realidade de uma tragédia que poderia ser, inclusive, muito maior, como se pôde ver o que aconteceu há poucos dias lá no Iraque, em que um falso anúncio de bomba levou milhares de pessoas a morrerem esmagadas pelas pessoas que estavam ali num evento religioso. Olhem esta foto do jornal Correio do Povo que denuncia isso! (Mostra o jornal.) Como nós vamos proteger o sistema de Segurança quando crianças, idosos, pessoas, tentando fugir, desesperadamente, das bombas de gás, dessas bombas que atingem, que queimam o corpo, que queimam a pele, que queimam os olhos? Isso poderia se tornar uma grande tragédia, para não falar da tragédia já configurada desse sindicalista, dessa liderança que morreu nas mãos do Estado, algemado.

E vamos dizer que a responsabilidade é das crianças? É do cidadão que morre quando está algemado? Que ele é o culpado? Isso é uma desfaçatez desses que querem encobrir, porque, quando era o nosso Governo, quando era o Olívio Dutra, quando era Bisol, de qualquer unha transformavam em notícia, em escândalo de páginas, páginas, e mais páginas.

Isso é a falta do tratamento sério que a imprensa dá! E está na hora do Sr. Governador substituir o Secretário de Segurança, porque esse não tem mais a mínima condição para dirigir a Segurança do Rio Grande do Sul, porque, além dos desgovernos, dos desmandos, agora nós temos um movimento em massa. O povo se divertindo e trabalhadores sendo assassinados pelo Estado, pela Polícia, por desordem, por desmando, por falta de competência e por falta de direção na Segurança Pública! Está na hora do Secretário de Segurança, Sr. Otávio Germano, “pegar o chapéu” e entregar a Pasta, porque o Rio Grande não agüenta mais essa situação! Obrigado. (Palmas.)

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): O Ver. Claudio Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

O SR. CLAUDIO SEBENELO: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, realmente o Ver. Todeschini não pode conter o sorriso, depois da tragédia que ele noticiou, eu vou ler só um trecho do jornalista Josias de Souza, do jornal Folha de São Paulo, de ontem (Lê.): “...Houve quem ousasse enxergar na erupção de lama que engolfa o Congresso e o Planalto um fenômeno benigno. Imaginou-se que o escândalo do ‘mensalão’ funcionaria como um marco redentor da política. A corrupção seria punida e o sistema se endireitaria. Bobagem. O País já experimentara sensações semelhantes à época de ‘Collorgate’. Dizia-se que a depravação atingira níveis tais que os políticos jamais incorreriam nos mesmos equívocos. Seguiu-se, então, o aluvião de escândalos – ‘anões do Orçamento’, Sudam, da máfia das subprefeituras de São Paulo, megadesvios da dupla Maluf/Pitta, e um interminável etc.

Com as pegadas do ‘mensalão’ e do ‘mensalinho’, ainda gravadas no mármore do Planalto e nos carpetes dos salões do Congresso, Lula reincide no delito. Para acomodar Aldo Rebelo no lugar de Severino Cavalcanti submeteu-se, mais uma vez, às chantagens dos ‘aliados’. Espetou mais um prego no esquife em que seu Governo se encontra estirado há quase quatro meses.

Lula já não pode posar de cego. Envolveu-se pessoalmente na refrega da semana passada. Reuniu-se com Ministros. Despachou-os ao Congresso. Recebido em Palácio, Valdemar Costa Neto, primeiro a renunciar para fugir à cassação, teve emendas liberadas. José Janene, na fila do patíbulo, recebeu efusivos cumprimentos pela mãozinha dada ao Governo. Severino Cavalcanti, convidado ilustre de uma solenidade palaciana, festejou a eleição de Aldo Rebelo. É outro beneficiário da última leva de liberações de emendas. O diabo é que o festival de constrangimentos, longe de assegurar tranqüilidade ao Governo no Congresso, apenas reforçou linhas do círculo vicioso. Ao render tributos à chantagem, Lula sinalizou aos chantagistas que está disposto a conceder mais e mais.

É uma pena. Aldo Rebelo, um político honrado, não merecia o constrangimento de um triunfo sujo enganchado em sua biografia. Uma derrota imaculada o dignificaria mais. A sociedade tampouco merecia ser privada do direito ao exercício do otimismo. Para um Presidente que se pretendia reformador dos costumes, Lula banha-se no pântano, com acintosa naturalidade.” É esse o artigo de Josias de Souza, que foi publicado, ontem, no jornal Folha de São Paulo, Ver. Ibsen Pinheiro. E aqui da tribuna, cumprimentando o Ver. Todeschini pela estréia, quero dizer que, realmente, a primeira coisa que fez o Secretário foi pedir ao Comandante da Brigada Militar que apurasse imediatamente o assassinato de um sindicalista, e a seguir, ontem, com toda a dignidade, pediu desculpas publicamente pelos acontecimentos ocorridos no estádio do Internacional, e depois o Sr. Governador demitiu, na hora, o Comandante da Operação Beira-Rio.

Então, quando chega a hora de assassinato de trabalhadores... O Partido dos Trabalhadores escondeu na Prefeitura Municipal aquele integrante do MST que decapitou, na Av. Borges de Medeiros, em Porto Alegre, um brigadiano; e aí a memória passa a ter “pernas curtas” e as pessoas passam a esquecer desses dados que comprometeram o Governo do Partido dos Trabalhadores, quando, na Prefeitura, escondeu um criminoso e lhe deu guarida, criminoso esse que tinha, naquele momento, assassinado um brigadiano. Então, com esse esquecimento rápido, com essa memória, um tanto perdida, não é o Partido dos Trabalhadores que vai resolver as questões de Santo André. E há um crime denunciado, hoje, na Revista Veja, de assassinato do Prefeito de Campinas, falando diretamente ao coração do Governo, em que o Secretário do Sr. Presidente da República está envolvido diretamente nesse assunto. Então, não venham agora achar que por uma desgraça acontecida vão faturar politicamente em cima. Duas, três... mas é uma desgraça contra a qual estamos reagindo imediatamente como um erro do Governo confessado, e, mais do que isso, até agora só o denunciante foi cassado! E a cassação dos outros? Até hoje? Onde é que estão os outros? Está tudo em banho-maria, o Silvio Pereira apenas está dizendo que toda a cúpula do Partido sabia do “valerioduto”, sabia do Marcos Valério, sabia do Delúbio, todos sabiam, e agora, então, com essa candidez, com essa pureza de alma, eles vêm aqui falar do “argueiro no olho dos outros, sem ver o tronco no seu olho”.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Havendo quórum, passamos à

 

ORDEM DO DIA

 

Apregôo os Destaques à LDO: de autoria do Ver. Dr. Goulart, Destaque à Emenda n.º 07; de autoria do Ver. Nereu D’Avila, Destaque à Emenda n.º 32; de autoria da Verª Maristela Maffei, Destaques às Emendas n.ºs 05, 06, 26, 55, 56, 57, 58, 59, 60, 61, 62, 63, 64, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 51, 52, 53, 54, 33, 35, 36, 102, 103, 104, 105, 106, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 121, 100, 101, 109, 110 e 38; de autoria da Verª Neuza Canabarro, Destaque às Emendas n.º 65, 66, 67, 68, 69, 70, 71, 72, 73, 74 e 75, Justificativa em anexo; de autoria do Ver. Professor Garcia, Destaque à Emenda n.º 01; de autoria do Ver. Ervino Besson, Destaque às Emendas n.º 18, 19, 20, 21 e 08; de autoria do Ver. Mario Fraga, Destaque às Emendas n.º 28 e 29; de autoria do Ver. Raul Carrion, Destaque às Emendas n.º 82, 83, 84; de autoria do Ver. Sebastião Melo, Destaque à Emenda n.º 123.

Conforme o acordado hoje, pela manhã, pela Mesa e Lideranças, os Processos que votaremos na data de hoje, segunda-feira, na quarta-feira e na quinta-feira são os seguintes: Processo nº 5071 – PLE nº 011/05. Posteriormente, PLL nº 024/05, de autoria da Verª Maristela Maffei.

É bom que se esclareça aqui, que já li até o número 4 desta relação, depois segue-se o PLL nº 124/05, o PLL nº 070/04, o PLL nº 201/04, e o PLCL nº 020/05 - para a semana, para os três dias. Evidentemente que o que não conseguirmos votar hoje, passaremos para quarta-feira e, posteriormente, para quinta-feira.

Em votação o acordo firmado pela Mesa e Lideranças. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

(discussão: todos os Vereadores/05minutos/com aparte

encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem aparte)

 

PROC. N. 5071/05 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO N. 011/05, que dispõe sobre as diretrizes orçamentárias para 2006 e dá outras providências. Com Emendas nos. 01 a 93 e 100 a 126. Com Subemenda n. 01 à Emenda n. 15. Com Mensagem Retificativa.

 

Parecer:

- da CEFOR. Relator Ver. Luiz Braz: pela aprovação do Projeto, da Mensagem Retificativa e das Emendas nos. 02, 03, 04, 09, 15, com Subemenda n. 01, 34, 37, 39, 40, 41, 48, 49, 76, 77, 78, 80, 89, 90, 91, 92, 93, 107, 108, 111, 112, 113, 122, 124, 125 e 126; e pela rejeição das Emendas nos. 01, 05, 06, 07, 08, 10, 11, 12, 13, 14, 16 a 33, 35, 36, 38, 42, 43, 44, 45, 46, 47, 50 a 75, 79, 81, 82, 83, 84, 85, 86, 87, 88, 100, 101, 102, 103, 104, 105, 106, 109, 110, 114, 115, 116, 117, 118, 119, 120, 121 e 123.

 

Observações:

- quórum para aprovação: maioria simples de votos, presente a maioria absoluta dos Vereadores – art. 53, “caput”, c/c art. 82, “caput”, da LOM;

- retiradas as Emendas nos. 94 a 99;

- incluído na Ordem do Dia em 28-09-05.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Em discussão o PLE nº 011/05. O Ver. Luiz Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 011/05.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Sr. Presidente, Ver. Elói Guimarães; Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores, quando fomos designados pelo Presidente da nossa Comissão, Ver. João Dib, para assumirmos a relatoria deste processo da LDO, nós resolvemos, depois de conversar com integrantes da Comissão, depois de nos certificarmos de toda doutrina que envolve o assunto, amparar-nos nos princípios da legalidade, a fim de fazermos o nosso relatório. E, assim, podermos, da forma mais correta possível, orientar a Casa e os Srs. Vereadores com relação à votação deste processo de Orçamento. Tudo, na verdade, é um planejamento. Desde que nós começamos a votar o Pano Plurianual nós começamos a fazer um planejamento que é válido para quatro anos. Tudo está de acordo com a descrição que é feita na Constituição Federal. Está lá o artigo 165 que nos orienta sobre o que deve conter o Plano Plurianual e o que deve conter a Lei de Diretrizes Orçamentárias. E é exatamente dentro dessa orientação constitucional que nós baixamos os nossos olhos para também ler aquilo que diz a Lei Orgânica do Município, orientando a nós, do Município, nós, Vereadores, para a votação também do Plurianual e da LDO válida para o Município de Porto Alegre.

Dentro dessas orientações, nós vimos aquilo que deveria caber no estágio do Plano Plurianual. E lá, Ver. João Dib, nós - que pertencemos à Comissão de Orçamento e Finanças aqui da Câmara Municipal - vimos que houve um equívoco desta Casa e também por parte do Executivo, quando votamos aqui o Plano Plurianual. Nós mantivemos na Lei do Plurianual o artigo 6º - se não me engano esse é o número do artigo - que dá a possibilidade de se fazer alterações ou supressões de programas e de ações nos estágios seguintes de planejamento, coisa que não está determinada pela Constituição e nem pela Lei Orgânica.

Depois, recebemos aqui o Projeto da LDO.

No Projeto da LDO, em dois momentos, em dois artigos, aliás, em três momentos, porque há também o artigo 7º, nós temos lá uma autorização para que aqueles projetos que não estejam em acordo com a orientação, naquele momento de planejamento, possam ser alterados, possam ser modificados, que possa haver inclusão de programas e de ações, que possa haver supressão de programas e de ações, contrariamente ao que determina a Constituição e a Lei Orgânica do Município, mas, veio no Projeto enviado pelo Executivo para esta Casa. Lendo o Projeto que chegou até aqui, resolvemos, Ver. João Dib, sugerir a esta Casa uma correção do erro praticado inicialmente dentro do Plurianual e que pudéssemos suprimir os artigos que davam a possibilidade para que se mexesse nos projetos, nos programas e nas ações dentro da Lei de Diretrizes Orçamentárias. Nós íamos fazer uma Emenda de Relator...

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Ver. Luiz Braz, o Ver. João Antonio Dib inscreve-se e cede o seu tempo à Vossa Excelência.

 

O SR. LUIZ BRAZ: Eu agradeço muito, Presidente da nossa Comissão, por permitir que eu permaneça mais cinco minutos na tribuna. Eu ia fazer uma Emenda de Relator, suprimindo os artigos 7.º, 15 e 16. Eu não sei se está exatamente correta esta ordem e esta numeração, mas acredito que sim. Os artigos 7º, 15 e 16 são os que permitem estas alterações, estas supressões e estas inclusões de programas e de ações. Mas, lá dentro do Processo, mexendo nas Emendas, com muita satisfação, eu fui encontrar Emendas do Ver. Todeschini, e nestas Emendas eu vi que a linha que estava sendo apontada pelo Vereador era a mesma que nós estávamos desposando quando da verificação de todo o processo da LDO. E resolvemos, então, ao invés de apresentarmos as Emendas de Relator, acolher as Emendas do Ver. Todeschini, retirando do Projeto aquilo que nós acreditávamos também ter sido indevidamente colocado. Inclusive, numa conversa que tivemos, Vossa Excelência dizia que, quando da votação do Plurianual, a Bancada de V. Exª já tentava tirar aquele art. 6.º que possibilitava essa festa total para se fazer planejamento, porque se permite que em qualquer fase do planejamento seja possível alterar, suprimir, incluir programas e ações. Então, aceitamos as Emendas de V. Exª para tentar corrigir aquilo que nós também acreditávamos ser errado dentro do Processo. Não entendi V. Exª quando eu vi várias Emendas suas tentando incluir programas, criar programas e alterar programas e ações, não pude entender Vossa Excelência; mas entendi muito bem V. Exª na linha em que encaminhou com relação a estas três Emendas, e não tive nenhuma dificuldade em aceitar essas Emendas e não colocar as Emendas de Relator. Mas eu sei que os Vereadores aqui da Casa, praticamente a maioria, aqueles que não aceitaram as indicações que nós demos para as rejeições das Emendas, e praticamente são quase 90 Emendas que nós estamos indicando pela rejeição, todas estas Emendas, ou quase a sua maioria, são Emendas que incluem projetos, programas, alteram programas e ações, e por isso elas foram rejeitadas.

Com relação às metas, nós tivemos também o cuidado de aceitar aquelas alterações quando as metas eram compatíveis com adequações deste momento de planejamento. Mas existem algumas metas que foram propostas e impossíveis de aceitarmos. Às vezes, metas que estavam distribuídas para serem feitas nos quatro anos, atingidas nos quatro anos, foram metas superadas, inclusive para um ano só. Então, nós vimos que aquilo que o Vereador queria através de uma Emenda, de aumentar a meta, estava completamente inadequado para o momento de planejamento. Por isso nós aceitamos algumas Emendas que alteravam metas e rejeitamos algumas Emendas que faziam estas alterações de metas. Nós acreditamos que aquilo que era coerente deveria permanecer; o que não era coerente deveria ser retirado do Processo. É claro que o tempo de 10 minutos é praticamente impossível para se falar de um Processo que tem esse tamanho da Lei de Diretrizes Orçamentárias, com cerca de 125 Emendas. Mas eu faço uma solicitação aos Vereadores da Casa, nós estamos tentando, através do nosso Parecer, e através da indicação que demos no Parecer para aceitação e rejeição de emendas, corrigir o processo de planejamento. Eu sei, inclusive, que no próprio Congresso Nacional só se aceita alteração, correção do PPA, até uma determinada parte do ano. Depois, não é possível mais mandar emendas para corrigir o PPA. Só se mexer na LDO e naquilo que interessa na LDO.

A LDO, Sr. Presidente, manda que contenham, nas suas linhas, as prioridades para o Orçamento e as orientações dentro das quais vão ser votadas as diversas rubricas que vão ser distribuídas no Orçamento, aquilo que já é ditado pela Lei Orgânica do Município, aquilo que já é flagrantemente ditado também dentro do que foi encaminhado pelo PPA. Não se pode, dentro desses estágios - nem naquele primeiro estágio do PPA e nem no da LDO -, colocar números clausus para se prender o que vai se votar depois no Orçamento. Eu não posso fazer agora destinações que não sejam aquelas especificamente permitidas dentro dos processos constitucionais e orgânicos. Por isso mesmo, todas as recomendações que nós demos no nosso Parecer a esse Projeto de LDO, pelas rejeições de emendas, pelas aprovações de emendas, tudo seguiu absolutamente um critério técnico. Em nenhum momento nos desviamos para critérios políticos. Já me disseram até que eu adotei critério religioso, porque acabei rejeitando uma emenda do Ver. Oliboni que enviava recursos, agora, Sr. Presidente, para a procissão da Semana Santa. Eu acho que não é o momento. Este momento da LDO não é o momento de estabelecermos esse direcionamento de recursos para nenhuma atividade, como também rejeitei uma Emenda do Ver. Professor Garcia, que já enviava recursos para fazer uma placa para uma determinada igreja. Não é o momento! E eu sei que nesses Processos, nessas Emendas já há um destaque para que nós possamos votá-los aqui novamente. Mas eu pediria aos Srs. Vereadores que nós, realmente, pudéssemos respeitar o momento em que vivemos do Planejamento e aprovássemos na LDO aquilo que é realmente da LDO, deixando para a hora da votação do Projeto de Orçamento aquilo que é para o Orçamento.

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. CARLOS COMASSETTO (Requerimento): Sr. Presidente, solicito verificação de quórum.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Sr. Presidente, antes da verificação de quórum, quero dizer a V. Exª que me entristeço profundamente se não tiver quórum, porque a LDO é o preparo para o Orçamento, que deve chegar nesta Casa no próximo dia 15.

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): Registrada a observação de V. Exª.

 

O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Isso aí não existe! Quarta-feira começa toda a discussão, todos os destaques virão e o que vai acontecer? Não há LDO!

 

O SR. PRESIDENTE (Elói Guimarães): (Após a verificação de quórum.) Não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 17h46min.)

 

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